A indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis cresceu 4,3% no primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado, ao passo que o consumo aparente desse tipo de embalagem aumentou em 6%. Esses são os dados da pesquisa feita pela Maxiquim com exclusividade para a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF).
Esses índices representam uma produção de 1.070 mil toneladas e um consumo de 1.041 toneladas no primeiro semestre deste ano, com o polietileno de baixa densidade (PEBD) e o polietileno linear de baixa densidade (PELBD) compondo 77% do total. Na sequência vêm polipropileno (PP), com 16% de participação, e polietileno de alta densidade (PEAD), com 7%.
No entanto, Rogério Mani, presidente da Abief, avalia que o crescimento pode ter sido ainda mais significativo: “Se considerarmos a produção em unidades e não toneladas, vemos que esta alta é bem superior. Infelizmente ainda não conseguimos utilizar esta métrica para computar o volume de produção do setor de embalagens flexíveis. Mas ela certamente daria uma visão mais apurada e importante porque reflete os esforços do setor rumo à economia circular. Nos últimos dez anos, a indústria de flexíveis avançou muito neste sentido, promovendo, entre outras coisas, a redução do peso das embalagens, a diminuição do espaço livre (head space) e a melhor adequação dos tamanhos. Estamos produzindo embalagens mais leves”, comentou.
Outro ponto a destacar na busca pelo aumento da reciclagem e da circularidade das embalagens flexíveis, evidenciada pelo estudo da Maxiquim, é que as embalagens monocamada predominam, com uma participação de 56% no total produzido.
Em média, 80% dos filmes produzidos no Brasil se destinam à produção de embalagens, tendo a indústria de alimentos como o principal cliente, com um market share de 41%. O segundo maior mercado para filmes são embalagens para o varejo (17%), seguido por agropecuária (13%) e bebidas (12%). As exportações de embalagens plásticas flexíveis brasileiras também tiveram um desempenho positivo nos primeiros seis meses de 2023, com uma alta de 3,8% em comparação ao último semestre de 2022.
“Estamos otimistas em relação ao fechamento do ano. Especialmente quando consideramos a produção industrial que, em junho, reverteu uma queda que ocorria mês a mês desde dezembro de 2022”, pondera Rogério Mani. Outro ponto favorável é o fato de a indústria de embalagens plásticas flexíveis representar cerca de 30% da produção total da indústria de transformação de plásticos.
“Por isso, a expectativa é que a demanda brasileira de embalagens plásticas flexíveis siga a trajetória de crescimento registrada nos últimos anos. Este não é movimento local, mas global. Dia a dia vemos produtos nascendo em embalagens flexíveis e outros, existentes, tendo suas embalagens redesenhadas e substituídas por soluções com filmes plásticos”, completou Mani.
A análise do desempenho da indústria realizada pela Maxiquim para a ABIEF contempla todos os tipos de embalagens plásticas flexíveis, além de sacolas, sacos plásticos e filmes utilizados no agronegócio. Segundo a pesquisa, o setor é composto por 4.079 empresas, sendo que mais de 80% estão nas regiões Sul (1.166) e Sudeste (2.239) do País.
Imagem: Freepik
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