A 3D CRIAR (São Paulo, SP), que atua em diferentes frentes na manuftura aditiva (impressão 3D) de uso industrial, anunciou o lançamento da sua linha própria de filamentos de alto desempenho, a LayerPRO, desenvolvida e fabricada no Brasil. Composta por grades de PLA , copoliéster e poliamida (PA), a nova linha foi desenvolvida tendo em vista os altos requisitos técnicos das aplicações predominantes no principal segmento atendido hoje pela 3D CRIAR, que é a assistência à produção.
Componente impresso com o UltraPLA
O diretor de tecnologia, Daniel Huamani, explicou que a empresa vivenciou a transição para o atendimento a demandas muito específicas da indústria, ligadas principalmente à manutenção e reposição de peças críticas de equipamentos que garantem a disponibilidade das linhas de produção, tais como componentes para esteiras de movimentação ou gabaritos para montadoras do setor automobilístico. Um exemplo é a peça de um gerador de gás inerte para a Petrobras, que necessita de operação ininterrupta. “Passamos a trabalhar com conceitos ligados ao planejamento da produção como risco para o negócio e lucro cessante, associados a uma rigorosa manutenção preventiva dos equipamentos de processo”, comentou Daniel.
Materiais de alto desempenho e confiáveis
Os materiais necessários para a fabricação desses componentes por manufatura aditiva devem atender a requisitos de qualidade estritos, tendo em vista que a sua falha implica grandes riscos financeiros para as empresas e eventualmente até risco de acidentes.
O trâmite de importação dos materiais acabou sofrendo impactos desde a pandemia, com a quebra das cadeias de suprimento e, por outro lado, as versões nacionais nem sempre atendiam às exigências das aplicações, o que levou a 3D CRIAR a optar pelo desenvolvimento de seus próprios grades de resina. Assim, foram criadas as versões Ultra PLA, Nylon HT e Tritan+, este último baseado no copoliéster Tritan.
Peça impressa com o uso do grade Tritan+
O Ultra PLA possui resistência ao impacto oito vezes maior e tensão de escoamento até 65% superior à dos grades similares disponíveis no mercado, enquanto o NylonHT possui resistência à temperatura superior aos grades de poliamida até então disponíveis, absorvendo menos umidade do ambiente, um fator que dificulta a impressão 3D deste material. Todos são transformadas em filamento em parceria com uma empresa do setor de extrusão e estão disponíveis com 2,85 mm de diâmetro.
Peça impressa com o Nylon HT da linha LayerPRO
No primeiro semestre de 2024 serão lançados os grades Nylon HT com fibra de carbono e S-PETG, assim como os novos diâmetros, de 1,75 mm. A 3D CRIAR continua comercializando também os filamentos da BASF, da Ultimaker e da Braskem, com cerca de 90 materiais em seu portfólio. A projeção é de que já em 2024 a linha LayerPRO corresponda a 15% dos materiais comercializados e utilizados pela empresa.
Desde 2020, a empresa passou a trabalhar com um modelo de assinatura (3D as a service, ou impressão 3D como serviço), instalando equipamentos no cliente, fornecendo os filamentos e, em alguns casos, colocando um operador terceirizado no local, de modo a assegurar o funcionamento das impressoras sem paradas por problemas técnicos. Para isso, conta hoje com um quadro de 22 profissionais na área técnica, com engenheiros de aplicação dedicados a cada tipo de indústria ou cliente. Mais de um terço da receita da 3D CRIAR atualmente é proveniente de contratos de longo prazo, assegurando taxas de crescimento superiores a 30% nos últimos anos. “Apenas de 2020 para 2021 o crescimento foi inferior a 30%”, comentou Daniel.
Imagens: 3D CRIAR
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