A alemã Covestro, com subsidiária brasileira em São Paulo (SP), inaugurou uma instalação para a produção de anilina totalmente à base de biomassa, em substituição ao petróleo. A planta-piloto está localizada no Chempark, na unidade de Leverkusen ( Alemanha), onde o insumo será produzido até que se possa alcançar uma escala industrial.
A anilina é usada na obtenção do diisocianato de metilenodifenila (MDI), utilizado na produção de poliuretanos, e ajuda a reduzir a pegada de CO2 da cadeia usuária do material.
“Entre outras coisas, a anilina é uma matéria-prima chave para as espumas utilizadas no isolamento de prédios e refrigeradores”, explicou Thorsten Dreier, chief technology officer (CTO) da Covestro: “Até agora, a anilina era produzida a partir de matérias-primas fósseis, como o petróleo. Com nosso novo processo, estamos ajudando a criar uma economia circular”.
O processo foi desenvolvido pela Covestro junto com parceiros da comunidade científica. Comparado à tecnologia convencional, ele melhora a pegada de carbono da anilina e enfatiza a possível contribuição da biotecnologia industrial para a produção de plásticos: no novo processo, um microorganismo customizado ajuda a converter um açúcar industrial extraído de plantas em um produto intermediário por meio de fermentação. Isso ocorre em condições mais amenas e, portanto, mais compatíveis com o meio ambiente do que nos processos convencionais. Em um segundo passo, a catálise química do produto intermediário cria a anilina, com 100% de carbono à base de plantas.
A pesquisa com a anilina de base biológica está sendo financiada pelo governo alemão, cujo Ministério para Alimentos e Agricultura está financiando também um projeto subsequente (Bio4PURDemo), conduzido pela Covestro com parceiros até 2025. A Universidade RWTH Aachen, junto com o Centro CAT Catalytic e a Universidade de Stuttgart também participam do projeto.
Imagem: Covestro
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