A Karpowership e a FECD - Fundação Educacional Charles Darwin fecham parceria para a realização de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento intitulado ‘Sistema inteligente para separação rápida de sólidos de água e inibição do crescimento de microrganismos’. A aplicação de hidrociclones na separação de impurezas da água do mar será utilizada na geração de energia da empresa, que opera através de usinas térmicas flutuantes (powerships). As unidades ficam localizadas em Itaguaí, RJ, e possuem potência instalada de 560 MW conectadas ao sistema elétrico nacional. O investimento do projeto dos hidrociclones, inédito no Brasil, alcança cerca de R$ 2 milhões e tem prazo de 18 meses.
Este equipamento trabalhará associado à radiação ultravioleta para mitigar o desenvolvimento de microrganismos, sem adição de produtos químicos, para melhorar a filtragem de água nos navios. “A produção de energia termelétrica offshore exige água para resfriar os motores. Se o conteúdo hídrico não for adequado, pode danificar as bombas e causar falhas no sistema de resfriamento”, comenta João Vieira, gerente de projetos da Karpowership.
A companhia utiliza água marinha coletada a menos de 10 m de profundidade, que pode ter sedimentos e microrganismos em sua composição. Por isso, os filtros de purificação da água precisam ser limpos periodicamente, com desmontagem, lavagem e remontagem.
“Cabe ressaltar que todo o descarte de resíduos dos filtros é destinado para empresas devidamente licenciadas, de acordo com a legislação brasileira”, analisa Marjorie Antunes, gerente de Meio Ambiente da Karpowership Brasil.
A Karpowership deseja que universidades e institutos tenham ciência do compromisso institucional em investir em inovação e contribuir para o desenvolvimento do setor elétrico. “Queremos o suporte e contribuição dos pesquisadores brasileiros”, reforça João Vieira. O projeto será coordenado pelo Prof. Dr. Rodrigo José Corrêa, responsável pelo Laboratório de Fotoquímica da UFRJ.
Os equipamentos desenvolvidos neste programa ainda são relevantes para possível utilização por demais indústrias que usam água em seus processos. Além disso, os trabalhos a serem realizados contarão com a participação de doutores e mestres, o que aumenta a formação técnico-científica dos pesquisadores brasileiros. “Esperamos que a comunidade científica seja beneficiada diretamente no campo da inovação. E, desta forma, possamos contribuir para formação de novos alunos qualificados com tecnologias brasileiras de ponta”, conclui Marjorie Antunes, da Karpowership.
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