Estudos voltados para a preservação das propriedades de alimentos há muito tempo constam dos esforços de desenvolvedores de embalagens plásticas que atuam nos segmentos de transformados flexíveis ou rígidos, uma cadeia produtiva que já tem portfólio composto por uma gama de produtos indispensáveis ao consumidor final como filmes poliméricos, sacolas e recipientes dos mais diversos tipos. Alguns projetos nestas áreas visam à proteção aos alimentos, de modo a evitar que eles sejam alvo da proliferação de fungos e bactérias durante o seu transporte a armazenamento.

 

Películas biopoliméricas para proteger alimentos contra fungos e bactérias

 

Um trabalho liderado pelos pesquisadores Eduardo José de Arruda e Luiz Fernando Gorup, que são respectivamente professores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), levou à criação de biofilmes poliméricos que possibilitaram um aumento da validade de ovos a partir do revestimento da sua casca. Tratam-se de películas que têm em sua formulação compostos funcionais e bioativos combinados com misturas poliméricas naturais e sais de quaternários de amônia (quats). Os elementos podem ser dispersados homogeneamente e\ou contidos em espaços entre as cadeias poliméricas, bem como serem orientados para as estruturas poliméricas tridimensionais.

 

O filme permite a vedação de microfissuras e controla a porosidade na casca dos ovos, a perda de água e gases, eliminando e impedindo a colonização de microrganismos na superfície, e de forma adicional aumenta o tempo de vida de prateleira do produto (self life)”, disse Eduardo.

 

De acordo com os pesquisadores, é possível obter películas com espessura de 10 até 500 nm que podem ser aplicadas por meio de pulverização, e não há restrições para o uso em superfícies lisas, rugosas, irregulares, hidrofóbicas ou hidrofílicas, tampouco quanto ao formato do alimento, desde que a deposição do biofilme seja feita homogeneamente. Eles também disseram que o tempo de cura do líquido pode ser de alguns segundos se forem utilizados equipamentos de ventilação e/ou secagem, podendo variar de 3 a 5 minutos se forem submetidos somente à temperatura ambiente.

 

Ao secar, o material perde a água por evaporação rápida e retorna ao seu estado inicial, com suas cadeias poliméricas aleatoriamente distribuídas. Entretanto, os compostos possuem mobilidade condicionada e podem realizar migrações e\ou reorientações na superfície do polímero e superfície dos ovos, para atividade biológica e\ou autorestauração dos filmes aplicados a partir de condições ambientais”, concluiu Luiz Gorup.

 

Caso haja necessidade de remover o revestimento, é recomendado fazê-lo por imersão ou esfregação sob água corrente.

 

Buscando parcerias

 

Os líderes do projeto dos biofilmes poliméricos ativos pretendem direcionar suas pesquisas para a aplicação de películas na superfície de outros tipos de alimentos como frutas e legumes. Eles manifestaram seu interesse em estabelecer parcerias com entidades das áreas de produção de alimentos, acadêmica e industrial visando ao desenvolvimento de produtos e processos. “Estamos abertos para estabelecer acordos de cooperação e parceria formais com empresas e IES para o licenciamento da tecnologia, bem como desenvolvimento de biofilme em diferentes aplicações ou até pesquisas relacionadas ao tema”, afirmou Luiz Gorup.

 

Camada aumenta a validade de ovos

 

Atualmente, as instituições envolvidas neste trabalho são: LIEC\Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), na UFSCar, em cooperação com o grupo de pesquisa da UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados, no desenvolvimento e caracterização por análises físico-química e biológicas (microscopia, difração de raios-X, fluorescência, atividade biológica entre outras).

 

Imagens: UFGD e UFSCar

 

 

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