O indiano Raj Tanna, fundador da start-up Schutzen Chemical Group, recebeu o prêmio do Desafio de Inovação 2023 do Centro Colaborativo Internacional de Química Sustentável, o ISC3 (Bonn, Alemanha), pelo desenvolvimento de polímeros a partir das sementes do fruto do tamarindo, que podem substituir matérias-primas fósseis como silicone, acrilatos ou poliuretano, em aplicações industriais.

 

O tamarindo é uma árvore frutífera muito difundida na Índia e que requer solo menos fértil do que diversas outras culturas das quais é possível obter materiais poliméricos. As sementes de tamarindo têm baixo valor na indústria alimentícia, pois apenas os frutos (também conhecidos como tâmaras indianas) são utilizados para alimentação e produção de fármacos.

 

Compreendendo melhor o tamarindo

 

Durante seus estudos, Raj Tanna (na foto, à esquerda) pesquisou o processamento de um polímero de tamarindo para utilizá-lo como um agente espessante natural no processo de impressão têxtil com corantes reativos às fibras. "O polímero de tamarindo tem sido usado na indústria há quase 60 anos, e muitas empresas na Índia o têm usado para impressão em poliéster nos últimos 20 anos. Portanto, não se trata de um novo polímero; trata-se mais de compreender como ele pode ser processado e reaproveitado, usado de forma sustentável em uma ampla gama de indústrias e novas aplicações", comentou.

 

Após sua pesquisa na universidade, o Schutzen Chemical Group lançou seu próprio pacote de resinas de base biológica para obter tecidos que não amassam, levando a uma abordagem mais sustentável para fibras celulósicas como o algodão.

 

De acordo com o pesquisador, o tamarindo é uma substância natural com alto peso molecular e alto teor de nitrogênio, que deve ser solúvel em água para processamento por despolimerização e carboxilação sem prejuízo do teor de nitrogênio. A Schutzen desenvolveu um processo patenteado que permite obter dois polímeros básicos: um composto que pode ser usado em produtos para pele e cabelos e um composto sem grupos básicos ou ácidos que retém o teor de nitrogênio e ao mesmo tempo tem boa viscosidade, tornando as fibras resistentes ao encolhimento.

 

Pela sua contribuição para a química sustentável, o júri especializado internacional do ISC3 homenageou a start-up com um prêmio de 15 mil euros.

 

 

Foto: ISC3

 

 

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