Adalberto Rezende, da redação.
Planejar a manutenção de máquinas e equipamentos que operam no chão de fábrica é uma das tarefas que já estão incluídas na rotina do setor de usinagem, o que também inclui cuidados com robôs industriais e sistemas mecânicos e eletrônicos, entre outros.
No entanto, se faz necessária a constante atualização da agenda de consertos nesse sentido, além da análise de diferentes recursos e ferramentas que podem ser usados para a gestão de manutenção em parques fabris como, por exemplo, softwares, sensores e dispositivos que proporcionam a checagem do desempenho do maquinário e de seus componentes, o que leva à obtenção de dados úteis no que diz respeito à tomada de decisão.
No que diz respeito à manutenção preventiva de robôs industriais usados em linhas de produção no setor metalmecânico, que podem ser destinados à manipulação de peças usinadas, e usados em outros tipos de aplicação, Eder Roberto Santos Silva, especialista em robótica industrial e automação da Mitsubishi Electric Brasil, com matriz no Japão e filial brasileira em Barueri (SP), forneceu informações à Máquinas e Metais sobre como prolongar a vida útil de braços robóticos e guias lineares.
As precauções recomendadas por Eder incluem a realização de estudos sobre as cargas exercidas em cada parte dos sistemas utilizados e sobre a capacidade que as peças e componentes têm de suportá-las. “Para manter a longevidade do braço robótico e da guia linear, por exemplo, é recomendado não trabalhar no limite de carga e de velocidade dos respectivos equipamentos, o que também vai depender do tipo de aplicação. Pode-se, em casos como este, aliviar o peso do conjunto de garras robóticas, e ainda desenvolver estudos para saber como trabalhar com o mínimo possível de carga no conjunto”, exemplificou.
O acúmulo de sujidades em componentes também representa perigo para o bom funcionamento do sistema, principalmente no caso das guias lineares. Eder recomenda que seja adotada na rotina das empresas uma “periodicidade de limpeza para a remoção de graxas e partículas, o que pode criar áreas abrasivas nas guias lineares e assim causar seu desgaste prematuro”. Ainda de acordo com ele, deve-se tomar cuidado também com reformas de parques fabris, as quais, nas palavras dele, “geralmente são programadas para o período de férias”, ocasião em que a incidência de poeira é muito grande, podendo prejudicar a lubrificação de sistemas automatizados.
Outros cuidados com as linhas de produção
Dentre os fatores que devem ser considerados na agenda de manutenção preventiva, Eder destacou a inspeção do harmonic drive – componente que transfere a energia mecânica para robôs e/ou polias, por exemplo – e de correias sincronizadas.
Em se tratando do primeiro componente mencionado, precauções devem ser tomadas quanto a sua lubrificação, que é feita com graxa, e isso pode se tornar um ponto de acúmulo de partículas. “O harmonic drive é como se fosse o virabrequim do motor de um automóvel, ou seja, se ele não for lubrificado corretamente, vai comprometer o funcionamento do conjunto”, comentou Eder.
Já as correias sincronizadas devem passar periodicamente por inspeção visual e por instrumentos eletrônicos, sendo recomendada a conferência para detecção de ressecamento ou fissuras na superfície, bem como para mensurar a tensão delas. Neste último caso, Eder recomenda o uso de tensiômetro sônico.
Baterias e encoder precisam de cuidados
O planejamento que envolve a manutenção preventiva de robôs industriais deve incluir o monitoramento de baterias, visando prever o momento de substituição desses itens, e a proteção com sistemas eletrônicos presentes em máquinas CNC, servomotores e células robotizadas, entre outros.
Recomenda-se o uso de sistema de filtração de ar para evitar que particulados se acumulem em placas eletrônicas, encoders, sensores e até em computadores industriais.
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail e.silva@mitsubishielectric.com.br.
Imagem: Macrovector, Freepik.
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