O Centro Sebrae de Sustentabilidade concluiu uma pesquisa que mapeia a transição dos pequenos negócios brasileiros para um modelo de desenvolvimento sustentável e alinhado com os conceitos de economia circular.

 

A pesquisa “Engajamento dos Pequenos Negócios Brasileiros às Práticas da Economia Circular” teve como objetivo analisar o envolvimento e o grau de conhecimento sobre o assunto por parte dos pequenos negócios. As ações dessas empresas em direção à economia circular, as iniciativas junto a comunidades locais e demais atores interessados fizeram parte do escopo da pesquisa. “As informações deverão subsidiar novas ações do Sebrae no que se refere à difusão do conceito de circularidade entre as empresas atendidas pelo sistema", afirma Juliana Borges, Analista de Competitividade de Economias Transversais e Emergentes do Sebrae Nacional.

 

O levantamento foi executado no período de 10 de janeiro a 28 de março de 2024, a partir de entrevistas telefônicas com 4.172 empresas que constituem uma amostra estratificada aleatória das 8.723.725 microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) ativas no País. Elas foram classificadas por região, por porte e por setor de atuação, havendo predominância das que atuam no comércio e serviços (vide infográfico).

 

A análise procurou entender como essas empresas se engajam em aspectos relacionados à economia circular, seja por meio da adoção de práticas de gestão, da inserção de processos circulares em suas rotinas, da difusão do assunto para o público externo ou da incorporação desses princípios na cultura da empresa.

 

 

Os blocos da pesquisa

 

A pesquisa “Engajamento dos Pequenos Negócios Brasileiros às Práticas da Economia Circular” do Sebrae Sustentabilidade foi dividida nos seguintes blocos temáticos:

 

 

Para avaliar o grau de conhecimento sobre economia circular, termos como as “Estratégias R” (reparar, reutilizar, redistribuir, renovar, remanufaturar e reciclar), ciclo de vida dos materiais , logística reversa, design circular, produção regenerativa e superciclagem (ou upcycle) foram incluídos no questionário aplicado às empresas, e a maioria delas informou ter pouco conhecimento sobre o assunto, conforme é especificado em um dos gráficos elaborados pelos pesquisadores. Cada termo foi avaliado individualmente, de modo a permitir que o cruzamento das informações caracterizasse o grau de familiaridade de cada setor de atividade com cada um dos conceitos de circularidade. O termo “logística reversa”, por exemplo, foi um dos que o segmento industrial apontou como mais conhecido.

 

A avaliação do entendimento que os representantes de pequenos negócios têm a respeito de economia circular por regiões do território nacional mostrou que empresas localizadas nas regiões Norte (19,12%), Nordeste (18,33%) e Centro-Oeste (18,31%) têm uma maior familiaridade com o tema, enquanto as regiões Sudeste e Sul apresentaram índices inferiores de conhecimento sobre o assunto, com 16,60% e 13,68%, respectivamente.

 

Já as análises dos dados integrantes do tópico “gestão estratégica e práticas de economia circular” mostraram que apenas 6,38% das empresas têm um plano plenamente integrado ao negócio para promover este conceito, e que apenas 4,79% aderem aos princípios de economia circular para realizar compras sustentáveis. O treinamento de funcionários visando esclarecer a ideia de economia circular é executado por apenas 5,87% do universo de empresas pesquisadas. A adoção da gestão estratégica é detalhadamente avaliada também por região do País, sendo as regiões Sul e Sudeste as que menos implementam práticas de economia circular em seu planejamento, conforme pode ser visto na tabela da página 25 do estudo.

 

Ao tratar das relações da empresas com o público externo para impulsionar práticas de economia circular, o levantamento apurou que há uma minoria engajada em realizar campanhas de conscientização e capacitação profissional, participar de grupos de trabalho, dispor de canais específicos de atendimento ao consumidor para tratar do assunto ou realizar a inclusão de grupos sociais como catadores e recicladores em sua cadeia de valor. No entanto, apesar dos baixos índices de iniciativas para impulsionar a economia circular junto ao público externo e outras partes interessadas, observou-se que aproximadamente 22% das empresas manifestaram a intenção de colaborar com iniciativas voltadas a promover práticas circulares.

 

Quanto à autoavaliação da empresa em relação à economia circular, o estudo reitera a incipiente familiaridade das empresas com o assunto, ao apontar que 80,30% delas nunca realizou um projeto de economia circular, principalmente por não considerarem o tema relevante para os seus negócios.

 

Sobre as empresas pesquisadas

 

A amostragem foi constituída por 74,28% de ME e 22,08% de EPP. A maioria das empresas analisadas (71,58%), representa os setores de comércio (41,04%), e de serviços (30,54%). Os demais setores incluem a indústria (9,90%), construção civil (7,81%) e agropecuária (4,43%).

 

Os pequenos negócios analisados no estudo estavam predominantemente localizados nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, representando 39,24% e 23,44% respectivamente. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentraram 37,96% das ME e EPP participantes. As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte contribuíram com 13,66%, 12,06% e 11,60%, respectivamente. Quanto ao perfil e faixa etária dos respondentes, houve predominância do gênero masculino (58,08%), na faixa de 41 a 50 anos (26,5%), de etnia branca (44,18%), com grau de instrução médio completo (30,37%).

 

A pesquisa “Engajamento dos Pequenos Negócios Brasileiros às Práticas da Economia Circular” está disponível na íntegra aqui.

 

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Imagem: Sebrae

 

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