A indústria global de metais e mineração está entrando em uma nova era. Historicamente impulsionada pelo crescimento econômico e pelo desenvolvimento da classe média, essa indústria registrou períodos de forte demanda por carvão, aço e alumínio, a ponto de atualmente 80% da atividade do setor estar relacionada a cinco materiais principais: aço, carvão, ouro, cobre e alumínio.

 

Este cenário, no entanto, está mudando rapidamente como resultado da transição energética, uma transformação que implica a disponibilidade de materiais necessários ao funcionamento das tecnologias de baixo carbono, a exemplo dos metais especiais e terras raras. Por exemplo, os veículos elétricos a bateria são normalmente de 15 a 20 por cento mais pesados do que veículos com motor de combustão interna similares, e isso desencadeia uma mudança de longo prazo no perfil de demanda de materiais, forçando o uso de materiais mais leves.

 

Esta questão é o assunto do relatório “Global Materials Perspective 2024“, elaborado pela consultoria norte-americana McKinsey, que visa construir uma base de fatos e perspectivas sobre a necessidade de dimensionar a oferta sustentável e acessível desses materiais.

 

Ao longo de 27 páginas em que são apresentados muitos dados, a pesquisa propõe cenários de transição energética diferenciados pela velocidade da transição, e sugere ainda cenários de fornecimento modelados pela equipe da McKinsey Metal&MineSpans.

 

Os desafios à frente incluem como acelerar a capacidade de fornecimento para atender a novos padrões de demanda, como manter os materiais acessíveis para que eles possam continuar a dar suporte à transição energética e alimentar o crescimento econômico, e como melhorar a sustentabilidade da indústria, levando em conta o contexto político global em evolução, que aumenta ainda mais a incerteza para os investidores.

 

A concentração da oferta de minério para obtenção de metais como cobre, platina, lítio, manganês, níquel e titânio, entre outros, é um dado importante levantado pela pesquisa, que aponta ainda o protagonismo da China no processamento desses metais. A projeção de aumento de demanda para o lítio, por exemplo, é de 475% entre 2023 e 2035, enquanto a procura por terras raras deve subir 125% no mesmo período. O inevitável aumento dos preços é tido como uma forma de forçar a demanda para baixo, em um patamar mais realista.

 

O levantamento é um alerta para a indústria ligada ao processamento desses materiais, mas sinaliza também oportunidades de negócios substanciais para a indústria, por meio de mudanças conscientes de portfólio, inovação disruptiva ou novos modelos de negócios.

O estudo completo está disponível para download aqui.

 

 

____________________________________________________________________________________

Assine a Giro Rápido, a newsletter quinzenal da Máquinas e Metais, e receba informações sobre mercado e tecnologia para o setor de usinagem. Inscreva-se aqui.

____________________________________________________________________________________

 

Imagem: McKinsey

 

 

 

 

Conteúdo relacionado:

 

Setor de hidrogênio verde vai demandar quase 3 mil profissionais por ano no Brasil

 

Fraunhofer produz engrenagem por laminação a quente

 



Mais Notícias MM



Fabricação de aço alinhada à economia circular é meta de siderúrgica

A Aperam pretende aumentar o índice de aproveitamento de rebarbas de bobinas de aço e de sobras de outros materiais na fabricação de produtos.

20/06/2024


Economia circular pode levar competitividade aos pequenos negócios

Levantamento feito pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade detectou o grau de engajamento dos pequenos negócios brasileiros ao conceito de economia circular.

10/06/2024


Ar ionizado substitui fluido de corte na usinagem

A finlandesa Aurion desenvolveu um sistema de refrigeração para operações de usinagem que utiliza ar ionizado em substituição a fluidos de corte.

19/02/2024