A teoria de projetos é uma abordagem que busca entender e aplicar os princípios e práticas necessários para o planejamento, execução e controle de empreitadas temporárias, com o objetivo de criar um produto, serviço ou resultado único. No contexto da reciclagem de plásticos, a gestão de projetos desempenha um papel fundamental, ajudando a lidar com a chamada “tripla restrição”: escopo, recursos e cronograma (prazo). O equilíbrio entre essas três dimensões implica a qualidade do projeto, tanto na gestão tradicional (eventos mais tradicionais e de mudanças mais conhecidas: instalação de uma planta de injeção como exemplo) quanto na gestão ágil (eventos inéditos e mais imprevisíveis: arquitetura de uma ferramenta virtual para gestão de uma planta de reciclagem, por exemplo).
A figura a seguir representa essa tripla restrição com a visão de cada tipo de gestão. Na gestão tradicional, o escopo e o pilar fixo, que influenciará as decisões de recursos e tempo. Já na gestão ágil, custos e prazos são determinantes para a definição de um escopo adequado. Os dois tipos são válidos e devem ser utilizados, individualmente ou em conjunto, conforme o cenário e as necessidades de cada projeto.
Fig. 1 – Restrição tripla: gestão tradicional x gestão ágil (Christiano Azevedo)
O escopo de um projeto de reciclagem de plásticos envolve a definição clara dos objetivos e dos resultados esperados. Isso inclui determinar quais tipos de plásticos serão reciclados, os métodos de reciclagem a serem utilizados e os produtos que serão obtidos. A teoria de projetos auxilia na definição precisa do escopo, estabelecendo metas realistas e evitando a falta de atividades obrigatórias ou a inclusão de atividades desnecessárias, o que compromete recursos e o cronograma do projeto.
Recursos são outro aspecto crítico em projetos de reciclagem de plásticos. Eles englobam não apenas os recursos financeiros, mas também os recursos humanos, tecnológicos, equipamentos e materiais necessários para a execução do projeto. A teoria de projetos ajuda a identificar e planejar adequadamente esses recursos, levando em consideração fatores como a capacidade de processamento das máquinas de reciclagem, a disponibilidade de pessoal qualificado e as exigências ambientais e de segurança. Gerenciar efetivamente os recursos é essencial para o sucesso do projeto de reciclagem de plásticos e para garantir que as metas de sustentabilidade sejam alcançadas.
O cronograma (prazo) é a terceira dimensão da tripla restrição em projetos de reciclagem de plásticos. Ele envolve a definição das atividades do projeto, a sequência em que devem ser realizadas e a duração estimada de cada uma. A teoria de projetos auxilia na elaboração de um cronograma realista e factível, considerando a interdependência das atividades, a disponibilidade dos recursos e as restrições temporais. Além disso, a teoria de projetos também auxilia na identificação de pontos críticos do cronograma, permitindo que a equipe de projeto tome medidas corretivas caso haja atrasos ou desvios significativos.
Os projetos de reciclagem de plásticos podem ser subdivididos em dois tipos principais: PIR (de post industrial recycled, ou reciclado pós-industrial) e PCR (post consumer recycled, ou reciclado pós-consumo).
O PIR se refere ao processo que busca reciclar materiais resultantes do processo industrial, tais como aparas, e reintroduzí-los em processos produtivos de outros materiais, otimizando custos e reduzindo o impacto ambiental.
Fig. 2 – Reciclado pós-industrial (PIR, de post industrial recycled)
Já o PCR deriva de materiais pósconsumo, de fontes residenciais, comerciais, industriais, etc., que são considerados mais nobres do ponto de vista ambiental, já que evitam sua destinação para aterros ou incineração.
Fig. 3 – Reciclado pós-consumo (PCR, de post consumer recycled)
Ambos os reciclados são incorporados, total ou proporcionalmente, na fabricação de produtos finais, contribuindo para diminuição da pegada de carbono das empresas dessa cadeia de produção.
É relevante também mencionar como a indústria de transformação de plásticos tradicional se comporta e se comportava em relação à questão da reciclagem de plásticos. Algumas razões pelas quais essas empresas podem ter camuflado ou escondido a prática de usar PIR em seus produtos finais incluem:
• Qualidade e consistência: No passado, o PIR nem sempre tinha a mesma qualidade e consistência dos plásticos virgens. Isso poderia resultar em produtos finais com características variáveis em termos de cor, resistência e durabilidade. Para evitar possíveis preocupações com a qualidade, alguns transformadores preferiam não divulgar o uso de PIR em seus produtos.
• Imagem da marca: algumas empresas podem ter se preocupado com a percepção dos consumidores em relação aos produtos feitos com PIR. Existia o medo de que o uso de plásticos reciclados pudesse implicar em produtos de qualidade inferior ou menos confiáveis. Para proteger a imagem da marca, as empresas optavam por não divulgar a inclusão de PIR em seus produtos, para evitar uma possível queda nas vendas.
• Falta de conscientização: no passado, a conscientização sobre a importância da reciclagem e do uso de plásticos reciclados era menor. As empresas talvez não reconhecessem totalmente os benefícios ambientais da reciclagem ou não tivessem a informação necessária sobre como comunicar e educar os consumidores sobre o uso do PIR.
Mais recentemente, a percepção em relação aos plásticos reciclados tem evoluído. A sustentabilidade e a responsabilidade ambiental estão se tornando cada vez mais valorizadas pelos consumidores e pela sociedade como um todo. Como resultado, muitas empresas estão adotando uma abordagem mais transparente e divulgando o uso de plásticos reciclados em seus produtos como parte de suas estratégias de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa.
A transição
A transição de projetos de plásticos reciclados PIR para PCR pode envolver uma série de etapas e considerações.
Essa transição pode ocorrer da seguinte maneira:
1 Avaliação da viabilidade técnica: antes de iniciar a transição, é importante avaliar a viabilidade técnica da substituição de PIR por PCR em um determinado projeto. Isso envolve analisar as propriedades e características necessárias do plástico e garantir que o PCR possa atender aos mesmos requisitos.
2 Avaliação da oferta de PCR: é necessário avaliar a disponibilidade de PCR no mercado, o que inclui identificar fornecedores confiáveis e certificados que possam fornecer os tipos de PCR necessários para o projeto em questão.
3 Revisão do projeto: uma vez que a viabilidade técnica e a disponibilidade de PCR tenham sido estabelecidas, é preciso revisar o projeto existente para incorporar os materiais reciclados. Isso pode envolver a modificação do design do produto ou a adaptação dos processos de fabricação para acomodar as propriedades do PCR.
4 Testes e validação: antes de implementar totalmente a transição, realizar testes e validações para garantir que o PCR atende aos requisitos de qualidade, desempenho e segurança do projeto. Isso pode envolver testes de laboratório, testes de campo e outras formas de avaliação para garantir que seja adequado ao produto ao qual se destina.
5 Monitoramento contínuo: após a implementação do projeto, é essencial estabelecer um sistema de monitoramento contínuo para garantir que o PCR esteja sendo empregado de maneira eficaz e que atenda aos requisitos estabelecidos. Isso pode envolver a realização de testes periódicos, coleta de feedback dos usuários e ajustes contínuos para melhorar a incorporação do PCR.
Outro ponto a destacar é o estabelecimento de parcerias e contratos, ou seja, estabelecer com os fornecedores de PCR acordos de fornecimento sustentável e garantir a continuidade do suprimento, além de parcerias com organizações especializadas em reciclagem e gestão de resíduos para promover a colaboração e o compartilhamento de conhecimentos.
Não se deve negligenciar a grande contribuição de testes pilotos para validação do design e do desempenho final do produto em situações reais de uso, e ainda identificar possíveis ajustes e melhorias. A coleta do feedback dos usuários e o envolvimento dos stakeholders relevantes no processo de validação são particularmente necessários.
A prática de revisar os passos implementados e avanços conquistados ajuda na implementação de um monitoramento contínuo, garantindo que os processos estejam adequadamente configurados e os funcionários estejam devidamente treinados e desempenhando conforme esperado.
A comunicação sobre o progresso do projeto de transição para plásticos PCR, assim como o aprendizado trazido das diferentes fases, contribuem para o engajamento da equipe e mitiga possíveis resistências, conflitos e desalinhamentos.
O impacto positivo
A crescente conscientização sobre os desafios ambientais e a necessidade de uma economia mais sustentável têm impulsionado muitas empresas a adotarem práticas empresariais socialmente responsáveis. Uma área em destaque é a transição de projetos com PIR para para PCR, que pode trazer benefícios ambientais significativos. Além disso, essa transição também pode ter um impacto positivo na comunidade em que a empresa está localizada, abordando os aspectos de uma estratégia de ESG (Environmental, Social and Governance, ou ambiental, social e de governança) e promovendo o desenvolvimento sustentável local.
O tripé ESG, como a própria sigla já identifica, é caracterizado por três dimensões, e no cenário dos plásticos reciclados pode ser avaliada com a seguinte proposta:
1 Dimensão ambiental
A transição de projetos de reciclagem PIR para PCR já é uma abordagem ambientalmente favorável. Ao substituir os plásticos virgens por plásticos reciclados, a demanda por matéria-prima virgem é reduzida, diminuindo a necessidade de extração de recursos naturais como petróleo ou gás natural. Além disso, o uso de PCR ajuda a evitar o descarte inconsciente, a acumulação de resíduos plásticos nos aterros sanitários e nos ecossistemas naturais, minimizando os impactos negativos à biodiversidade e aos recursos hídricos. Essa abordagem contribui para uma economia circular, pela qual os materiais são reutilizados e reciclados em ciclos contínuos.
2 Dimensão social
Essa transição também pode ter um impacto social positivo na comunidade local. Primeiramente, a criação de uma infraestrutura de reciclagem eficiente e a demanda por plásticos reciclados podem gerar empregos locais, impulsionando a economia e fornecendo oportunidades de trabalho para os moradores da região. Além disso, a empresa pode estabelecer parcerias com organizações locais e programas educacionais para promover a conscientização sobre a importância da reciclagem e oferecer treinamento especializado para os funcionários, melhorando o desenvolvimento profissional e pessoal dos cidadãos locais.
Fig. 4 – As dimensões ESG
Outro aspecto social relevante é o envolvimento com a comunidade local. A empresa pode promover iniciativas de responsabilidade social corporativa, tais como programas de coleta seletiva em parceria com moradores, escolas e associações comunitárias. Essas ações incentivam a participação ativa dos residentes, criando um senso de pertencimento e colaboração na busca por soluções ambientais.
3 Dimensão de governança
Nessa terceira dimensão a empresa demonstra uma gestão responsável, transparente e confiável, já que, ao adotar práticas sustentáveis, fortalece sua imagem perante os stakeholders, tais como clientes, investidores e órgãos reguladores. Essa postura ética e sustentável pode atrair investimentos e parcerias estratégicas, além de ajudar a mitigar riscos regulatórios e reputacionais.
O processo de reciclagem
O processo de reciclagem de PIR e PCR de poliolefinas envolve várias etapas e o uso de equipamentos específicos. Aqui está uma descrição geral do processo e dos equipamentos envolvidos:
1 Coleta e triagem
Os plásticos PIR são coletados de fontes internas (PIR) ou externas (PCR), como resíduos de produção, embalagens ou produtos descartados.
Os plásticos são então triados e separados, em seus diversos formatos e tipos.
2 Lavagem e moagem
Os plásticos como, por exemplo, as poliolefinas, são submetidos a um processo de lavagem para remover sujeiras, impurezas e fragmentos diversos. Após a lavagem, são moídos em pequenos pedaços, conhecidos como fragmentos ou ‘flakes’.
3 Extrusão e granulação
Os flakes então, são alimentados em uma extrusora, que funde, plastifica e homogeneíza o material a altas temperaturas. O material fundido passa então por um processo de granulação, no qual é cortado em pequenos pellets, ou grânulos.
4 Resfriamento e armazenamento
Os grânulos são resfriados e armazenados em silos adequados até serem embalados e finalmente utilizados em novos produtos, ou vendidos a terceiros, embalados.
Fig. 5 - Fluxograma de processos de reciclagem de plásticos (Plastval)
Estimar os custos e o prazo de implantação
A transição de um projeto de PIR para PCR pode variar significativamente, dependendo de diversos fatores, tais como a escala da operação, a capacidade de produção desejada, a disponibilidade de recursos e a localização geográfica.
Com base na capacidade de processamento de 12 mil toneladas por ano, a operação de reciclagem PCR exigirá equipamentos adequados para cada etapa do processo. Aqui estão alguns equipamentos comuns e uma estimativa geral de seus custos. A ampla variação de preços sofre a influência de capacidade e qualidade dos equipamentos:
Fig. 6 - Comparação de investimento mínimo e máximo para uma planta de reciclagem de plásticos
Sistemas de transporte e armazenamento: utilizados para transportar e armazenar os plásticos reciclados durante o processo. Custo estimado: depende da escala do projeto, do layout da planta e das necessidades específicas, mas pode variar de US$ 10.000 a US$ 50.000.
Além dos custos de equipamentos, é necessário considerar outros custos financeiros como:
• Custos de instalação e infraestrutura da planta.
• Custos de mão de obra e treinamento dos operadores.
• Custos de energia e consumo de água.
• Custos de manutenção e reparos dos equipamentos.
• Custos de certificações e conformidade regulatória.
É fundamental realizar um estudo de viabilidade econômica detalhado para estimar com precisão os recursos financeiros necessários para a operação de reciclagem de PCR. Isso permitirá uma avaliação mais precisa dos custos e benefícios do projeto.
O número total de equipamentos necessários para uma planta produzir 100, 500 ou 1000 toneladas mensais de PIR/PCR será impactado diretamente pelo tamanho da planta, escala de produção desejada, tecnologias utilizadas e outros fatores específicos do projeto.
Em resumo, os custos dos equipamentos serão proporcionais à escala da operação e tecnologias escolhidas. Assim, para a instalação de uma recicladora de PCR pode-se estimar um investimento inicial de equipamentos na faixa de centenas de milhares a alguns milhões de dólares, para recicladoras da ordem de 12 mil a 36 mil toneladas/ano. Uma boa estimativa para uma pequena recicladora de até 10 toneladas/mês ou 120 toneladas/ano, estaria em uma faixa de U$30 mil a U$50 mil.
Prazo de implantação
O prazo de implantação depende de diferentes fatores: disponibilidade dos equipamentos, obtenção de licenças e autorizações, construção ou adaptação das instalações e contratação e treinamento de pessoal. Em geral, o prazo de implantação está entre seis meses a dois anos, conforme escala de produção e complexidade do projeto.
É importante ressaltar que essas estimativas são aproximadas e variam significativamente de acordo com a estratégia de produção estabelecida. É recomendado realizar uma análise mais detalhada e consultar especialistas e fornecedores de equipamentos e processos para obter estimativas mais precisas e adequadas às suas necessidades e condições locais.
Sumário
Uma maneira de fazer a transição de projetos utilizando PIR para PCR, envolvendo a comunidade local, é estabelecendo parcerias com empresas ou iniciativas de reciclagem já existentes na região. Essas parcerias podem trazer benefícios tanto para a empresa quanto para a comunidade, promovendo a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico. Aqui estão alguns exemplos de como isso pode ser feito:
• Parceria com cooperativas de catadores: muitas comunidades possuem cooperativas de catadores que realizam a coleta seletiva de resíduos plásticos. A empresa pode estabelecer parcerias com essas cooperativas, fornecendo o PIR gerado em sua produção como matériaprima para ser reciclado externamente. Isso beneficia a comunidade, promovendo a inclusão social e econômica dos catadores, e a empresa, ao garantir uma destinação adequada para o PIR e reduzir a dependência de resinas virgens.
• Apoio às iniciativas locais de reciclagem: a empresa pode identificar e apoiar iniciativas de reciclagem já existentes na comunidade, oferecendo recursos financeiros, conhecimento técnico ou até mesmo estabelecendo parcerias estratégicas. Essas iniciativas podem incluir empresas de reciclagem de plásticos ou organizações sem fins lucrativos que promovam a reciclagem e a economia circular. Ao direcionar o PIR para essas iniciativas, a empresa contribui para o fortalecimento da cadeia de reciclagem local e para a redução do impacto ambiental.
• Criação de programas de coleta seletiva: a empresa pode implementar programas de coleta seletiva em parceria com as autoridades locais e a comunidade. Isso envolve a disponibilização de pontos e a conscientização sobre a importância da separação correta dos resíduos plásticos. Os plásticos coletados podem ser encaminhados para a reciclagem externa, beneficiando a comunidade e promovendo a sustentabilidade.
• Investimento em infraestrutura de reciclagem: a empresa pode considerar investir na criação de uma infraestrutura de reciclagem local, como uma planta de reciclagem de PCR. Isso não apenas contribui para a redução do impacto ambiental, mas também gera oportunidades de emprego na comunidade e promove o desenvolvimento econômico local.
Esses exemplos ilustram como uma empresa pode estender seu conhecimento adquirido com o uso de PIR para uma abordagem mais ampla de reciclagem externa (PCR) e envolver a comunidade onde está localizada. É importante avaliar as necessidades e recursos locais, estabelecer parcerias estratégicas e garantir a viabilidade econômica dessas iniciativas. Ao fazer isso, a empresa pode desempenhar um papel ativo na promoção da economia circular e na construção de uma aliança corporação/ comunidade mais sustentável.
REFERÊNCIAS
1) “The Agile Manifesto” - Disponível em: http://agilemanifesto.org/
2) “Scrum Guide” - Disponível em: https://scrumguides.org/
3) Agile Alliance - https://www.agilealliance.org/
4) Scrum.org - https://www.scrum.org/
5) “Agile Project Management with Scrum” de Ken Schwaber
6) “Scrum: A Breathtakingly Brief and Agile Introduction” de Chris Sims e Hillary Louise Johnson
7) “Agile Estimating and Planning” de Mike Cohn
8) “Project Management for the Unofficial Project Manager” de Kory Kogon, Suzette Blakemore e James Wood
9) (12) Restrição Tripla: Gestão Tradicional x Gestão Ágil | LinkedIn
10) https://mundodoplastico.plasticobrasil.com.br/reciclagem/ entenda-o-que-sao-pcr-e-pir
11) https://plasticonews.org/o-que-sao-materiais-recicladospcr-e-pir-para-uembalagens-sustentaveis/
13) http://www.plastval.pt/conteudos/Image/Reciclagem/ Reciclagemecanica.jpg
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