O Brasil não foi dos países mais impactados pelo “Dia da Libertação”, nome dado por Donald Trump ao último 2 de abril, quando foram anunciadas as novas tarifas sobre as importações do país. No entanto, a reorganização do comércio internacional que vai resultar dessa decisão vai impactar setores produtivos por aqui, incluindo a indústria de manufatura e a de máquinas e equipamentos.

 

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras da indústria de transformação. Somente em 2024, essa indústria exportou US$ 31,6 bilhões em produtos para os EUA. A cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, foram criados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,6 bilhões em produção.

 

A CNI elaborou uma análise que mostra que o Brasil é o principal fornecedor de alguns produtos mais consumidos pelo mercado norte-americano, incluindo bens intermediários (insumos industriais) como semiacabados de ferro e aço, ferro fundido bruto não ligado e minério de ferro, além de café, pasta química de madeira, preparações alimentícias e outros produtos.

 

Os efeitos em cascata não comprometerão apenas os países fornecedores, mas também os consumidores americanos. “As tarifas podem ter um impacto negativo principalmente para o consumidor nos EUA, porque vendemos bens intermediários e insumos. Esse aumento de custos pode levar a uma pressão inflacionária e ao aumento de preços, fazendo com que o produto americano perca competitividade”, afirmou a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.

 

Já a Abimaq, levou em conta que a elevação de tarifas pode gerar impactos negativos importantes para a economia brasileira e para a indústria de máquinas e equipamentos, que direciona cerca de 20% da sua produção para o mercado externo.Conforme comunicado da instituição, em 2024, foram exportados US$ 13,2 bilhões, sendo 25% ou US$ 3,5 bilhões, direcionados para os Estados Unidos, o equivalente a 7% da receita total do setor. Por sua vez, o Brasil importou no mesmo período cerca de US$ 4,7 bilhões em máquinas e equipamentos de origem norte-americana, caracterizando uma balança deficitária.


“Com a medida anunciada o Brasil será impactado negativamente em suas exportações para os Estados Unidos, pois seremos menos competitivos em relação à indústria local de máquinas e equipamentos. Podemos citar como exemplo máquinas agrícolas, rodoviárias e máquinas para a indústria de transformação. Esses produtos, entre outros, são produzidos tanto pelo Brasil como pelos Estados Unidos, assim o aumento da tarifa significará perda de competitividade em relação aos produtos norte-americanos”, informou a entidade.


 

Limitar a extensão dos danos à indústria brasileira tem sido a maior preocupação das instituições de classe da indústria. Uma das ações que têm esse objetivo está sendo organizada pela CNI, que programa para a primeira quinzena de maio a ida de um grupo de empresários brasileiros aos Estados Unidos, com a missão de se reunir com representantes da indústria e do governo norte-americano para discutir agendas de facilitação de comércio e abertura de mercados de forma equilibrada.

 

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Imagem: Jack the sparow / Shutterstock

 

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