A implantação de tecnologia digital no chão de fábrica é um assunto que há muito tempo interessa ao segmento de plásticos. E isso se mostrou uma urgência a partir do momento em que a cadeia produtiva foi obrigada a tomar medidas para enfrentar as dificuldades desencadeadas pela atual crise sanitária. Uma delas é manter a rotina de monitoramento das atividades em parques fabris de forma presencial e remota, aliando os recursos proporcionados por ambientes virtuais aos procedimentos realizados in loco.
Recentemente foi criada por especialistas que atuam no Parque Tecnológico São José dos Campos (PqTec) (SP) uma plataforma virtual que inclui tecnologia IoT (Internet of Things ou Internet das coisas, em português), indicada para o gerenciamento em tempo real de equipamentos presentes em linhas de produção, bem como de processos.
Seu nome oficial é “Plataforma Virtual de Testbed em Internet das Coisas” e ela pode ser usada para o gerenciamento de dados provenientes de operações realizadas por injetoras, extrusoras e máquinas de sopro, entre outros equipamentos típicos do ramo de plásticos. A coleta de dados pode ser feita por meio de sensores acoplados ao maquinário.
Em casos como esse é possível monitorar o número e o tempo de ciclos executados pelas máquinas e acompanhar a incidência de gradientes térmicos inerentes ao processo, por exemplo, de forma a manter os parâmetros específicos de cada operação, conforme exemplificaram David Vicente, analista de gestão da inovação do Parque Tecnológico São José dos Campos, que é responsável pelo projeto, e André Corsetti, CEO da Omega7 Systems, empresa parceira da entidade.
“Se existir algum parâmetro específico de interesse do gestor da fábrica ou da equipe de manutenção, podemos incluí-lo também”, disse David. Ele também salientou que a plataforma oferece recursos indicados para a manufatura aditiva, ou impressão 3D, linhas de produção com robôs, além de setores que demandem simulações de processos e/ou de produto final.
“É um ‘local’ de experimentação que permite simular um ambiente real de testes para novas soluções, podendo ser replicado em processos produtivos de empresas, viabilizando o desenvolvimento de experimentos sob condições reais do dia a dia”, concluiu.
Da configuração da plataforma constam ainda sistemas de armazenamento de dados e para a elaboração de relatórios, a qual também conta com protocolo de comunicação e segurança compatível com ambientes virtuais e computadores. Além disso, “ela tem uma biblioteca padrão de comunicação que faz a conversão para o protocolo do Testbed automaticamente. Temos a iniciativa de futuramente disponibilizar essa biblioteca já conversando em OPC-UA para facilitar ainda mais a integração de novas máquinas”, explicou David.
Buscando parcerias
O Parque Tecnológico São José dos Campos está aberto a propostas de parcerias com empresas e instituições de pesquisa e ensino, assim como com entidades que atuem em outras áreas, para a implementação da plataforma e também para o desenvolvimento de processos e produtos a partir do seu uso.
Segundo os responsáveis pelo projeto, a ideia é auxiliar os usuários a definir um escopo técnico personalizado que atenda às suas necessidades, e a partir disso criar meios que permitam a otimização de processos e a salvaguarda de dados gerados nessas operações.
Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail david.vicente@pqtec.org.br. Confira também a nossa seção Artigos pela qual podem ser acessados trabalhos que tratam da modernização da indústria.
Fotos: Captura de telas de uma plataforma digital indicada para o gerenciamento de parques fabris por meio de tecnologia IoT desenvolvida pelo Parque Tecnológico São José dos Campos.
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