Apesar de ainda enfrentarem dificuldades de abastecimento de peças e insumos, as fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) deverão produzir 750 mil unidades este ano, o que representa um crescimento de 12,8% em comparação a 2020. Já as fabricantes de motocicletas também instaladas no polo projetam a produção de 1.060.000 unidades em 2021, computando um crescimento de 10,2% na comparação com as 961.986 unidades que saíram das linhas de montagem em 2020. Desse total, 40 mil serão exportadas, um volume 18,5% superior ao observado em 2020.
Os dados animadores são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), que reúne 14 fabricantes do segmento de duas rodas.
Cyro Gazola, vice-presidente da instituição, afirmou que a expectativa do setor é de voltar a crescer depois de um ano de retração. “A demanda por bicicletas continua alta e a tendência é que siga dessa forma ao longo do ano. As associadas estão se esforçando para atender ao mercado, apesar de ainda estarem limitadas pelo desabastecimento de peças e componentes, o que gera dificuldade na montagem e, consequentemente, a falta de alguns modelos no mercado”.
Entre os principais itens em falta estão os sistemas de freios, transmissões, suspensões e selins provenientes de fornecedores globais que precisam atender, simultaneamente, à demanda crescente em vários países.
De acordo com Gazola, espera-se que a normalização do fornecimento aconteça em breve: “O cenário da pandemia trouxe ainda mais protagonismo ao segmento de bicicletas, que já estava em ascensão. Esse fator, aliado à falta de insumos, gerou um desequilíbrio entre oferta e demanda”, comenta o executivo.
Terreno acidentado nas cidades
A categoria mais produzida em 2020 foi a Moutain Bike (MTB), com 361.379 bicicletas, seguida da Urbana/Lazer (215.538 unidades). “A MTB antes era mais usada em trilhas e terrenos acidentados. Agora vem sendo utilizada também nas cidades, devido aos seus recursos tecnológicos, como suspensões, maior número de marchas e freios hidráulicos, entre outros”, explicou Gazola.
Motocicletas em alta
A projeção de crescimento de 10,2% na fabricação de motocicletas deverá trazer para o setor a recuperação das perdas do ano passado, impactado pela pandemia de Covid-19.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, acredita que a chegada da vacina será o ponto chave para a recuperação das perdas provocadas pela maior crise, tanto sanitária quanto econômica, que já enfrentamos. “Por isso, acreditamos na tendência de que a produção de motocicletas siga em ascensão nos próximos meses”, afirmou, ponderando que a demanda por este modal está em alta, tanto no mercado interno quanto externo.
No entanto, como as fabricantes seguem trabalhando com medidas restritivas em suas unidades industriais, há retração da produtividade e, consequentemente, das vendas. “Recentemente, com a implantação do toque de recolher pelo governo do Amazonas, todas as associadas adequaram seus turnos de trabalho. Além disso, redobramos os cuidados com as medidas de saúde e segurança para garantir a saúde dos colaboradores”, concluiu.
A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as sete maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais. No total, as fabricantes do setor de duas rodas geram cerca de 12,8 mil empregos diretos em Manaus (AM).
Fotos: Abraciclo
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