Em meio às iniciativas que visam amenizar a propagação da Covid-19, instituições e empresas que desenvolvem produtos feitos por impressão 3D na Espanha passaram a direcionar a sua expertise para a fabricação de dutos de poliamida 12 que poderão ser acoplados a aparelhos respiradores hospitalares, e permitirão que cada um deles forneça oxigênio simultaneamente para até três pacientes infectados pela doença.
Isso será possível devido ao projeto dos dutos, os quais serão fornecidos em versões dupla, com formato semelhante à letra “Y”, e tripla. Eles serão confeccionados pelo processo denominado Multi Jet Fusion (MJF), que consiste basicamente na deposição contínua de finas camadas de pó aplicadas por meio de jato, o que é feito por uma matriz que opera executando movimentos alternados na horizontal. As camadas são fundidas pela exposição a altos gradientes de temperatura, compondo assim a geometria do produto final.
Em uma ação conjunta, as entidades envolvidas nessa operação como, por exemplo, 3DSix, HP, e Fundação CIM-UPC, que fazem parte de uma aliança firmada entre Consorci de la Zona Franca (Consórcios da Zona Franca de Barcelona, CZFB) e Leitat, estão disponibilizando seus parques fabris, assim como coordenando equipes técnicas e o uso de tecnologia de que dispõem, para permitir a produção dessas peças em larga escala, com meta inicial de fabricar 1.000 unidades. Nesse ínterim, os dutos serão destinados às unidades de terapia intensiva do Hospital de la Vall d'Hebron.
Além disso, o CZFB está aberto a sugestões sobre como aperfeiçoar o design dos dutos de modo a otimizar o seu uso no atendimento aos pacientes, as quais podem ser enviadas pelo e-mail propostas@dfactorybcn.org.
Outra empresa do ramo de impressão 3D que inseriu em sua rotina a fabricação de equipamentos de proteção individual como forma de participação no combate à Covid19 é a israelense Stratasys, com subsidiária em São Paulo (SP). A companhia passou a confeccionar máscaras do tipo escudo facial (face shield) em sua filial nos Estados Unidos, com uma meta de produção de 5 mil máscaras desse tipo.
A criatividade aliada ao conhecimento técnico também tem proporcionado aos makers a obtenção de equipamentos que podem ser destinados ao tratamento de infectados a partir de adaptações inusitadas como, por exemplo, transformar uma máscara de mergulho em um respirador. Isso foi realizado pelo Institute of Studies for the Integration of Systems (Isinnova), ou Instituto de Estudos para a Integração de Sistemas, em português, em parceria com médico chefe do Hospital Gardone Valtrompia, Renato Favero. No entanto, esse projeto ainda está em fase experimental e não há garantias de que ele possa ser levado a escalas maiores. Uma apresentação do protótipo está disponível pelo link https://www.youtube.com/watch?v=w4Csqdxkrfw&feature=emb_logo
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Fotos: El Replicador e Isinnova
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