Apesar do desempenho do setor de embalagens plásticas flexíveis ter ficado abaixo do esperado no segundo trimestre de 2021, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), Rogério Mani, está otimista quanto a uma recuperação gradual nos próximos meses. Segundo ele, a queda de 1% na produção do setor foi puxada pelo desempenho inferior dos segmentos de alimentos e bebidas no período. “Acreditamos que seja uma situação pontual e sazonal e que com o avanço da vacinação e redução de grande parte das medidas de restrição nas maiores cidades do País, em breve voltaremos a um ritmo de produção e consumo mais equilibrado”.

 

Segundo pesquisa recém-divulgada pela Maxiquim – empresa de avaliação de negócios na indústria química com foco em análise de mercados e competitividade – elaborada com exclusividade para a Abief, a indústria produziu 487 mil toneladas de embalagens plásticas flexíveis no segundo trimestre deste ano, sendo que alimentos continuou sendo o principal cliente, absorvendo 46% desse total. O segundo principal mercado foi o de embalagens industriais, com uma participação de 19%.

 

 

O polietileno de baixa densidade (PEBD) e o polietileno linear de baixa densidade (PELBD) foram os materiais mais usados, com uma participação de 73% nas 487 mil toneladas produzidas. Na sequência aparecem polipropileno (PP), com 18% e polietileno de alta densidade (PEAD), com 9%. Por aplicação, este volume foi dividido em embalagens multicamadas, com 163 mil t; monocamada, 156 mil t; shrink, 69 mil t; stretch, 53 mil t; sacolas e sacos, 40 mil t; outros, 5 mil t.

 

O estudo aponta ainda que nas importações, chapas, folhas autoadesivas e polipropileno biorientado (BOPP) seguem como principais tipos de embalagens flexíveis importadas. No segundo trimestre de 2021, esses produtos somaram cerca de 85% do total. As chapas e folhas autoadesivas também são as principais embalagens flexíveis exportadas, somando 56% do volume do segundo trimestre de 2021. No período, a balança comercial do setor foi positiva, com exportações que totalizaram 31 mil toneladas contra importações da ordem de 20 mil toneladas.

 

 

O desempenho de nossa indústria está atrelado ao desempenho da macroeconomia. Contudo, sabemos que o desempenho deste segundo trimestre também está atrelado, principalmente, a uma readequação dos estoques. A cadeia produtiva como um todo, inclusive o varejo, estava bem estocada, ou seja, tivemos um fluxo invertido: a cadeia produtiva desovou seus estoques ao mesmo tempo em que houve queda do consumo. Mas nada indica que haja algum risco iminente de falta de produtos”, analisou Mani.

 

É sabido também que o segundo trimestre de 2021 não foi suficiente para a economia brasileira retomar totalmente o ritmo pré-pandemia. “A demanda do consumidor final foi mais fraca do que a previamente esperada e alguns setores que vinham com bom desempenho durante a pandemia apresentaram uma retração, como alimentos, descartáveis e bebidas, por conta da sazonalidade e do menor poder de compra do consumidor final. Higiene pessoal e limpeza doméstica, que foram altamente demandados em 2020, também perderam força nos últimos meses. Agricultura, por outro lado, depois de um início de ano ruim, vem apresentando recuperação nos últimos meses”, completou o presidente.

 

 

O estudo da Maxiquim também estima que as vendas internas de poliolefinas registrem queda próxima a 10% em comparação ao trimestre anterior e aumento de 19% na comparação com o segundo trimestre de 2020. “A boa notícia é que a disponibilidade de resina está normalizada após as paradas para manutenção. No mercado internacional, a disponibilidade está maior, porém o excedente para exportação ainda não está nos níveis históricos”, concluiu o executivo.


 

(Fotos: Abief)

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