A Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (Adirplast) informou que o volume total de resinas commodities, plásticos de engenharia e filmes biorientados distribuídos pelos seus associados, de janeiro a julho de 2021, foi de 130.444 toneladas e espera que a retomada da demanda interna e a sazonalidade favorável promovam um segundo semestre positivo para produtores e distribuidores de resinas termoplásticas.

 

De acordo com a Cecília Vero, da TIV Plásticos e vice-presidente da associação, “Tivemos o pior primeiro semestre dos últimos dez anos”. A executiva contou que, apesar de janeiro ter sido um mês favorável, o resto do período foi muito ruim. Para ela, a grave crise de consumo pela qual o País vem passando e a alta inflação são parte do problema. “Precisamos reequilibrar a cadeia para termos um 2022 melhor”, completou.

 

Apesar desses índices, Vero acredita em um segundo semestre melhor impulsionado, principalmente, pela sazonalidade e melhora das restrições impostas para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Assim, estima-se que ainda seja possível que este ano feche com queda de volume entre 10 e 20% em relação a 2019, ano pré-pandêmico. “No ano passado vendemos o que tínhamos e o que não tínhamos. Nesse ano, a configuração é diferente. Apesar disso, temos uma perspectiva melhor para o segundo semestre. Mas, claro, é preciso acompanhar esse processo inflacionário e lembrar que o consumidor final empobreceu. Também é preciso reconhecer que estamos passando por uma crise logística no mundo inteiro e que está deixando os fretes caríssimos”, concluiu a vice-presidente.

 

Para o segmento de filmes de BOPP e BOPET, julho de 2021 foi um mês positivo. De acordo com dados da associação, o volume de vendas dos associados no mês de julho foi 22,7% maior que junho deste ano. Mas é preciso reforçar que as vendas dos sete primeiros meses de 2021 foram 30,3% menores que nos últimos sete meses de 2020.

 

Francielo Fardo, da ColorFix, também vê o segundo semestre com mais esperança. “Com o avanço significativo da vacinação, a reabertura do comércio e o retorno às aulas, estamos bem mais próximos das rotinas ‘pré-Covid’. Entendemos que o horizonte tende a ser bem positivo em termos de negócios para o segundo semestre. Já tivemos um incremento de negócios em julho, que até agora ocupa o lugar de melhor mês do ano na empresa”.

 

O segmento de engenharia também parece ter sido menos impactado pela má fase do mercado. Segundo Fabrício Bento, diretor comercial da Polyfast, em termos de vendas, o primeiro semestre de 2021 foi positivo “Apesar da falta de produtos, nossos principais parceiros suportaram bem a nossa demanda, o que nos ajudou a sustentar um crescimento de aproximadamente 20% em relação ao mesmo período de 2020”.

 

O presidente da entidade, Laercio Gonçalves, comentou que “o volume de vendas de julho deste ano, considerando todos os associados de diferentes segmentos, foi de 18.884 toneladas, já junho foi de 14.818. É um aumento expressivo que aponta um cenário mais positivo para este segundo semestre”. O executivo também afirmou que a retomada da demanda interna e a sazonalidade favorável prometem um segundo semestre positivo para produtores e distribuidores de resinas termoplásticas. “Até julho, o consumo dos principais plásticos – como polietileno (PE), polipropileno (PP) e poliestireno (PS) – no País exibia evolução de 6%, mas é importante reforçar que esse ritmo pode perder força, já que as vendas na segunda metade do ano passado foram turbinadas pela recomposição de estoques”, finalizou.

 

(Foto: Pixabay)

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