A explosão da demanda por álcool em gel, máscaras e luvas, em decorrência da pandemia da Covid-19, fez com que surgissem belas iniciativas, mas também oportunistas que passaram a falsificar esses produtos e lançá-los no mercado de forma irresponsável. Além de causarem estragos aos cofres públicos e prejuízos a fabricantes que atuam legalmente, neste momento de crise sanitária essas atitudes colocam em risco a vida de milhões de consumidores.
Uma solução desenvolvida recentemente pela Ciclopack tem o potencial de conter a falsificação de produtos a partir da identificação precisa das embalagens utilizadas para acondicioná-los.
A tecnologia se baseia em três pontos: a aditivação das formulações poliméricas que serão usadas na moldagem dos frascos, fazendo-as adquirir um marcador em nível molecular que, a exemplo do DNA, as torna únicas e identificáveis; o uso de um espectrômetro portátil para análise com validade em nível forense e um software com funções de machine learning para programá-lo e gerenciar os dados de leitura.
O masterbatch de alta concentração contendo o aditivo (denominado “traçador”) foi totalmente desenvolvido pela empresa e é compatível com qualquer tipo de material plástico. Não interfere na sua processabilidade e não migra para o conteúdo envasado, tendo inclusive aprovação da FDA (Food and Drug Administration) para uso em contato com alimentos e fármacos.
Leonardo Roriz, CEO e fundador da Ciclopack, estima em cerca de R$ 0,10/frasco o custo médio da inserção do traçador nas formulações de embalagens, com pouco impacto na formação do preço final de um produto como o álcool em gel, por exemplo, tomando-se por referência os frascos de 400 a 500 g, atualmente comercializados por R$ 17 a R$ 20 a unidade.
A liberdade de composição do traçador permite que se crie, para uma marca, por exemplo, uma espécie de matriz (ou traçador-mãe), com pequenas variações para diferentes linhas de produtos daquela empresa. O aparelho portátil identifica a formulação a partir da leitura de qualquer ponto da embalagem. Também é possível aplicar o traçador apenas nas tampas dos frascos, desde que elas tenham lacre unindo-as aos frascos. A tecnologia também se aplica à identificação das embalagens para fins de reciclagem.
Dados com validade jurídica
Na prática, um fiscal da empresa fabricante, ao detectar sem sua rotina uma possível falsificação, pode se conectar imediatamente com a empresa, enviar foto e geolocalização do ponto em que foi flagrada a distribuição ou comercialização do produto, armazenando todos os dados em nuvem. A partir deles é possível também emitir um laudo com validade forense, que permite responsabilizar as empresas ou pessoas envolvidas na falsificação. O uso do sistema de registro blockchain assegura a confiabilidade dos dados transmitidos e, consequentemente, a sua validade jurídica.
“É um instrumento que empodera as empresas e marcas para responsabilizarem quem atua de forma ilegal na cadeia de fornecimento”, resumiu Roriz.
Os níveis de segurança contra a falsificação de embalagens
Roriz explicou que atualmente são três os níveis de segurança relacionados à garantia de autenticidade de embalagens: overt, que consiste em lacres e hologramas visíveis a olho nu; covert, caracterizada pelo uso de recursos como marcas d’água, visíveis ou detectáveis apenas por equipamentos para além dos sentidos; e forense, de nível avançado, usando recursos que permitem obter 99% de assertividade. Segundo ele, a tecnologia da Ciclopack atua nos níveis 2 e 3, combinando o covert e forense.
Nas fotos, masterbatch aplicado nas formulações e o aparelho para leitura, que atesta a autenticidade da embalagem ao detectar o traçador no material plástico com que ela foi moldada.
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