Uma pesquisa encomendada pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) à MaxiQuim, empresa de consultoria especializada na indústria química, petroquímica e de plásticos, mostrou que foi produzido 1,2 milhão de toneladas de resinas plásticas a partir do uso de material reciclado em 2020. Isso representa um aumento de 12,2% da produção de resinas recicladas em comparação com 2018.
De acordo com a última edição do relatório anual divulgada recentemente, no ano passado, 72% da produção de plásticos reciclados no País tiveram origem na utilização de resíduos pós-consumo – superando o percentual de 69% de plásticos pós-consumo que foram usados para fabricar resinas em 2018. Já os resíduos do tipo pós-industrial foram utilizados em 28% da produção de plásticos reciclados no Brasil em 2020.
Outro dado apontado foi que 884 mil toneladas de polímeros pós-consumo foram recicladas no ano passado, volume constituído por 41,4% de poli(tereftalato de etileno) (PET), 19% de polietileno de alta densidade (PEAD) e 16,7% de polipropileno (PP), enquanto o polietileno de baixa densidade (PEBD) e o polietileno linear de baixa densidade (PELBD) equivaleram a 16,1% do total.
Complementando essas informações, o estudo mostrou que foram recicladas 366 mil toneladas de PET, e que cerca de 30% desse montante foram usados na fabricação de embalagens como, por exemplo, garrafas e frascos para o acondicionamento de produtos de higiene pessoal e de limpeza doméstica.
Do total de PEAD reciclado, 22% foram usados na produção de itens para a construção civil e 15% na fabricação de utilidades domésticas, e 33% do PP obtido a partir da reciclagem de resíduos foram destinados à confecção de recipientes como lixeiras, baldes, bacias, entre outros.
Mais consumo de resíduos plásticos
O levantamento atualizado também apontou que no ano passado foram consumidas 1,4 milhão de toneladas de resíduos plásticos na área de reciclagem, o que representa um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior.
Desse volume, aproximadamente um milhão de toneladas correspondeu a plásticos pós-consumo provenientes de domicílios, shoppings centers, estabelecimentos comerciais, além de outros. E cerca de 368 mil toneladas equivaleram a plásticos de origem pós-industrial que se dividiram em sobras de processos da indústria petroquímica, do ramo de transformação de plásticos e do segmento de reciclagem.
Solange Stumpf, sócia da MaxiQuim, falou sobre estatísticas referentes a itens plásticos de uso único, que também constaram da pesquisa. “Os resíduos provenientes de artigos de uso único como embalagens e descartáveis aumentaram proporcionalmente à participação no volume total consumido. Os descartáveis mais relevantes, que justificam os 6,2% de participação, são as sacolas plásticas e utensílios ‘stay at home’ como, por exemplo, copos, talheres, recipientes de alimentação etc.”.
Tendências para 2022
Fernanda Maluf, do Grupo Técnico do PICPlast, falou sobre a influência da pandemia de Covid-19 no segmento de reciclagem e perspectivas para 2022: “pelos resultados da pesquisa, é evidente que, apesar de a pandemia ter impactado a indústria de reciclagem do plástico, o efeito não foi tão agressivo sobre o índice de resíduos reciclados, o que nos leva a crer que o cenário será mais positivo após a plena retomada da economia brasileira”.
Em comunicado à imprensa, foi informado que a elaboração do estudo contou com a colaboração da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e da Braskem, com sede em São Paulo (SP).
Mais informações sobre o estudo podem ser obtidas aqui.
Gráfico: MaxiQuim
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