Adalberto Rezende, da redação
Os veículos de duas rodas continuam a ser considerados uma alternativa interessante para quem quer evitar se expor a aglomerações que podem propiciar a disseminação de doenças, o que tipicamente ocorre, por exemplo, no transporte público. Isso, desde o início da pandemia de Covid-19, está no radar de fabricantes de motocicletas e bicicletas.
E ao que indica uma projeção feita pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), esses segmentos – que são significativos consumidores de chapas, tubos e perfis de aço e/ou alumínio, usados na produção de chassis, tanque de combustível, garfo, escapamento, entre outras peças – poderão trazer oportunidades para o ramo de corte, conformação, soldagem e revestimento de metais este ano.
A boa notícia para fornecedores de metais e prestadores de serviços para esse ramo é a estimativa de que serão produzidas cerca de 1,29 milhão de motocicletas no Brasil em 2022. De acordo com informações divulgadas pela instituição, prevê-se um aumento de 7,9% da produção de motocicletas para este ano em comparação com 2021, em que foram fabricadas 1,19 milhão de unidades no Polo Industrial de Manaus (PIM).
Um dos fatores que serviram de embasamento para a projeção é o crescimento da demanda por serviços de entrega em domicílio, segmento no qual são muito utilizadas motocicletas com motor de até 160 cilindradas. Além disso, ainda segundo a associação, a alta do preço dos combustíveis propicia um maior uso de motos principalmente em áreas de grande concentração urbana. Outro dado diz respeito ao aumento das exportações, que poderão somar 54 mil unidades em 2022 frente às 53.476 computadas no ano passado.
Apesar das boas projeções, não estão descartadas reviravoltas no cenário político e econômico do País este ano, o que, segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, “podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar negativamente a demanda por motocicletas”. Entretanto, ele está otimista quanto ao que se espera da capacidade produtiva da indústria de motocicletas para os próximos meses: “Esperamos um cenário mais estável neste ano para conseguirmos atingir novamente os patamares de 2015, quando a produção ficou na casa de 1,2 milhão de unidades”.
Aumento da produção de bicicletas
A Abraciclo também prevê alta de 17,4% da produção de bicicletas em 2022, estimando que aproximadamente 880 mil unidades serão fabricadas no Polo Industrial de Manaus (PIM). A entidade informou que no ano passado foram produzidas 749.320 bicicletas.
Essa previsão também é um indicativo positivo para o ramo de corte e conformação de chapas e perfis metálicos – usados para a fabricação de, por exemplo, discos de freios, carenagens e acessórios –, assim como para o de processamento de tubos – utilizados para a confecção de quadros, guidões, suportes para garupa, canote de selim, entre outros.
Além de proporcionarem segurança no que diz respeito ao afastamento de aglomerações que podem contribuir para a disseminação de doenças, as bicicletas são objeto de interesse de usuários interessados tanto na prática de exercícios físicos quanto na facilidade de locomoção. Esses fatores tiveram peso nas considerações da associação que fundamentaram a perspectiva de alta da produção.
No entanto, estão previstos desafios para o segmento, conforme comentou Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo: “Além de todo o impacto da pandemia nas linhas de produção, a escassez de peças e componentes travou o ritmo das unidades fabris. Esse problema ainda vai persistir por mais alguns meses, mas acreditamos que em uma intensidade menor”.
Mais informações podem ser obtidas aqui.
Imagens: Pixabay/Freepik
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