Por Paulo Cezar Martins Pereira*

 

Iniciativas que colaborem para uma agenda mais sustentável têm se tornado prioridade para diversos setores da economia global. No segmento automotivo, os carros elétricos e híbridos têm ganhado adeptos, principalmente pelo fato de eles poderem reduzir ou eliminar a emissão de gases poluentes em comparação com veículos convencionais (com motor à combustão).

 

Diante disso, indústrias metalúrgicas e siderúrgicas têm apoiado este setor ao fornecer insumos para a produção de veículos, como é o caso do alumínio, um metal presente em veículos elétricos.

 

 Em 2021, a venda de carros elétricos no Brasil disparou em comparação ao ano anterior. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea), entre janeiro e outubro daquele ano foram vendidos 1.805 veículos no País, um aumento de 125,3% em relação ao registrado em 2020, quando 801 unidades foram emplacadas.

 

Mas afinal, qual é a relação entre esses segmentos e como a aplicação do alumínio impacta o desenvolvimento de soluções para os veículos elétricos?

 

 

Aplicação de alumínio em carros elétricos

 

O alumínio já desempenha papel importante nos automóveis tradicionais, sendo usado para a fabricação de perfis que compõem painéis e até de peças fundidas do motor. Embora as aplicações do alumínio relacionadas à fabricação de veículos tradicionais, elétricos ou híbridos sejam bastante similares, as possibilidades de utilização desse metal nos carros elétricos são ainda maiores.

 

O alumínio fornecido no formato de barras, perfis variados e tubos pode ser fundido e usado na produção de peças para compor carcaças de motores, fiação do chicote, cubos, caixas de direção, mancais de transmissão e, por fim, de material construtivo, tais como chapas laminadas para aplicação na estrutura de veículos.

 

 

Vantagens da utilização do alumínio em veículos elétricos

 

Um dos motivos pelos quais o alumínio é utilizado no segmento de carros elétricos é o fato de ele ter um peso consideravelmente menor se comparado a outros tipos de materiais. Em se tratando de baterias feitas com lítio e cobre, que representam 25% do peso dos veículos elétricos, o alumínio torna-se fundamental para promover mais leveza nos automóveis, redução do gasto de energia elétrica e, consequentemente, maior duração das baterias.

 

Nesse contexto, as características já citadas e amplamente conhecidas do alumínio são fundamentais no segmento automotivo e garantem ampla redução do impacto ambiental. Isso porque as peças feitas a partir deste metal podem ser recicladas ao término do seu ciclo de vida, bem como podem contribuir para a redução da emissão de CO₂, que no caso dos carros elétricos chega a zero.

 

A partir disso, estes aspectos corroboram diretamente para um sistema mais limpo e para a preservação do Planeta.

 

 

Desafios da inserção de carros elétricos no mercado brasileiro

 

Por algum tempo, a maior dificuldade das montadoras com relação aos veículos elétricos estava relacionada à autonomia das baterias. Embora superado este obstáculo, outros desafios surgem no contexto brasileiro. Atualmente, uma das grandes prioridades do setor é investir na melhoria do tempo de recarga e na multiplicidade de postos ou estações de recarga, à medida que a frota aumenta.

 

É fato que há um cenário promissor para o mercado de carros elétricos no Brasil. Entretanto, é preciso estar atento para fatores como investimento em novas tecnologias, custos relacionados à implantação de linhas de produção e, ainda, para a limitada capacidade de compra da população e para o custo final do produto.

 

Nesse sentido, o alumínio surge como uma opção natural para apoiar o desenvolvimento da indústria de carros elétricos no País, uma vez que ele é abundante e com características distintas, o que estimula o desenvolvimento do setor e, consequentemente, a criação de oportunidades de crescimento.

 

*Paulo Cezar Martins Pereira é superintendente de vendas e marketing da Termomecanica.

 

Imagem: Termomecanica

Opinião

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