A fabricante brasileira de polímeros e biopolímeros Braskem – com sede administrativa em São Paulo (SP) – assinou um acordo com a japonesa Sojitz Corporation para formar uma joint venture voltada à produção e comercialização do chamado bioMEG (monoetilenoglicol) e de bioMPG (monopropileno glicol), ambos provenientes de biomassa.
Com a conclusão do desenvolvimento da tecnologia em 2022, o plano de negócios prevê a implementação de três plantas industriais, com início da operação da primeira unidade em 2025. De acordo com a Braskem, a união combinará a expertise da companhia na produção industrial e comercialização de químicos e plásticos de fonte renovável (bioplásticos) com a importante presença comercial da Sojitz na Ásia, região que concentra 80% do mercado global de MEG e onde se observa o maior crescimento de seu consumo.
A companhia japonesa ressaltou que o MEG, convencionalmente produzido a partir de fontes fósseis, movimenta aproximadamente 25 bilhões de dólares no mercado global e é um dos principais componentes na fabricação do poli(tereftalato de etileno) (PET), que é usado, principalmente, para fabricação de frascos e garrafas, fibras têxteis e embalagens para alimentos. Já o MPG é um produto com um amplo leque de aplicações, que vão desde resinas poliéster insaturadas até produtos cosméticos.
Fluxograma da produção de PET 100% derivado de biomassa (Fonte: Sojitz Corporation)
A Sojitz declarou que tem como objetivo produzir PET 100% derivado de biomassa por meio do desenvolvimento de bioparaxileno e de colaborações com seus parceiros de projeto em andamento como, por exemplo, a comercialização de ácido tereftálico purificado (PTA) derivado de biomassa, outros importantes componentes para polimerização de PET.
Desenvolvimento da tecnologia
Segundo Gustavo Sergi, diretor de Químicos Renováveis e Especialidades da Braskem, “a parceria marca o avanço da tecnologia – desenvolvida em escala de demonstração com a empresa dinamarquesa Haldor Topsoe – para a fase de comercialização, com uma clara combinação de competências e recursos para o seu escalonamento”.
De acordo com informações disponibilizadas à imprensa, em 2017 a Braskem iniciou a parceria com a Topsoe para testar a tecnologia de conversão de açúcar em bioMEG e bioMPG em escala de demonstração. Esta cooperação resultou nas primeiras amostras de bioMEG, produzidas em 2020.
“A iniciativa também está alinhada com os objetivos definidos pela Braskem de se tornar uma empresa carbono neutro até 2050, reforçando o compromisso da companhia com o desenvolvimento sustentável por meio da produção de químicos renováveis”, concluiu o diretor.
Fotos: divulgação Braskem e Sojitz Corporation)
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