A Ecolab (Barueri, SP), desenvolvedora de tecnologia com base em química e recursos digitais, criou o seu Programa Avançado de Reciclagem de Plástico, que consiste em um pacote de serviços para a instalação de plantas de reciclagem química de materiais plásticos por pirólise.

 

Embora inicialmente destinados a grandes instalações, os projetos da Ecolab podem ser adaptados para negócios de médio porte, o que torna a reciclagem química uma possibilidade para empresas do segmento de transformação ou de reciclagem mecânica que queiram passar a atuar pelo processo químico. Outra possibilidade é a formação de clusters unindo empresas do mesmo setor, para o gerenciamento conjunto de uma recicladora química, conforme sugeriu Diana Carol Vergel, gerente de marketing da divisão Global Chemical para a América Latina da Ecolab.

 

Múltiplos usos para o óleo de pirólise

Luis Fernando Gaviria, consultor técnico industrial para a América Latina da Ecolab, explicou que entre os compostos químicos que podem ser obtidos via reciclagem química estão o óleo de pirólise, o qual pode ser adicionado à nafta para a obtenção de monômeros que darão origem a novos polímeros. Combustíveis ou ainda uma mistura de óleo e combustível, são outros produtos que podem ser obtidos, com uso na indústria química. “O polietileno (PE) e o polipropileno (PP) normalmente dão origem a um óleo de pirólise de boa qualidade, com o qual podem ser obtidos monômeros de etileno, por exemplo, 100% baseados neste óleo. Já os materiais misturados, contendo poliestireno (PS) e policloreto de vinila (PVC), por exemplo, dão origem a combustíveis com características próximas das do óleo Diesel”, informou Gaviria.

 

A Ecolab oferece apoio ao desenvolvimento de novos projetos, envolvendo serviços de análises químicas, avaliação de amostras, identificação e solução de problemas técnicos que surjam durante o processo. Realiza também o acompanhamento e a assessoria na fase de pesquisa e desenvolvimento do processo de reciclagem química para caracterizar a matéria-prima, identificar problemas dos compostos resultantes do método de pirólise e prover soluções visando à redução de custos, eficiência operacional e baixo impacto ambiental. O programa inclui também a oferta de estabilizadores, removedores de alcatrão e melhoradores de fluxo para reduzir os problemas na produção, armazenamento e transporte dos óleos de pirólise, protegendo a infraestrutura de refino e de processamento químico contra a formação de incrustação e corrosão.

 

“O processo permite a reciclagem de misturas de plásticos diferentes, além de aceitar um determinado grau de contaminantes como, por exemplo, tintas, papéis, entre outros materiais. Permite também tratar resíduos, reduzindo os custos de pré-tratamento, de coleta e seleção, além de dar origem a produtos com a mesma qualidade do original. No Brasil, por exemplo, a reciclagem mecânica aplica-se a somente 21% do total de plástico pós-consumo gerado. Ou seja, temos um potencial enorme com a reciclagem química”, comentou Diana.

 

Testes com o Programa Avançado de Reciclagem de Plástico da Ecolab feitos por grandes produtores na América do Norte e Europa, assim como no Brasil, permitiram a essas empresas processar com sucesso o plástico reciclado.

 

A empresa também tem projetos em andamento no Equador, na Colômbia e no México, onde será instalada uma unidade de reciclagem química de poli(tereftalato de etileno) (PET), que converterá este material novamente em ácido tereftálico (PTA), o monômero que mais adiante novamente dará origem a resinas PET.

 

Ilustração: Ecolab

 

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