O mercado de produtos plásticos foi contemplado esta semana com a boa notícia da redução da alíquota de importação do polipropileno (PP), de 11,25% para 6,5% até julho de 2023. A decisão, anunciada no dia 15 de julho, foi tomada pelo Comitê executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) e é uma resposta a reivindicações de diversos setores, tendo em vista que contempla uma lista de 13 produtos, incluindo medicamentos e tintas, por exemplo.

No que se refere ao PP, a medida pode beneficiar muitos segmentos, pois a resina é usada tanto em aplicações técnicas em setores como o automobilístico, linha branca e eletrodomésticos, quanto em itens não duráveis, tais como embalagens e tampas.

 

Para Laércio Gonçalves, diretor da Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (Adirplast), a curto prazo a medida não será tão impactante, inclusive para quem importa, tendo em vista que o mercado vive hoje um momento de superoferta da resina. “A demanda brasileira atualmente, também está abaixo do normal, e não vejo perspectiva de aquecimento no segundo semestre. Além disso, o PP é bastante usado pelos segmentos automobilístico e de linha branca, que não estão em seu melhor momento”. No seu entender, mais impactante do que a redução da alíquota de importação, seria a reforma tributária, tendo em vista que a estrutura ainda dá muita margem para sonegação, o que prejudica os distribuidores.

 

Para os transformadores, no entanto, toda redução de imposto é favorável, a exemplo do que comentou Flávio Venzon, diretor de qualidade e manufatura da Sulbras (Caxias do Sul, RS), empresa que atende ao setor automobilístico: “Durante a pandemia, o PP se tornou um material ‘de engenharia’, não pela sua performance, mas sim pelo preço. Foi uma das commodities que mais aumentaram. Tudo precisou ser embalado, houve forte aumento da demanda e a ocasião contribuiu para a subida dos preços. Será difícil recuar para o patamar anterior, e qualquer redução é sempre bem-vinda. Na cadeia automotiva, as empresas que importam vão sentir os efeitos favoráveis”.

Qualquer que seja a dimensão do impacto no mercado, o fato é que os consumidores de resina podem exigir de seus fornecedores de material importado menores preços para o PP em razão da redução da alíquota. E havendo superoferta no mercado, o cenário fica ainda melhor.


 

Fotos: Freepik e Pixabay



 

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