O agronegócio brasileiro fechou o primeiro semestre com superávit de US$ 71,2 bilhões, registrando um crescimento de 32,3% frente ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada no final do mês de julho.
As exportações do setor somaram US$ 79,3 bilhões, enquanto as importações bateram US$ 8,1 bilhões, valores 29,4% e 8,6% acima dos observados em 2021, respectivamente. As boas notícias têm impacto direto no setor de aço e nas empresas que os processam realizando operações como estampagem, corte e soldagem de chapas metálicas.
Ainda de acordo com a carta, o período de março a maio costuma ser o mais forte para o agronegócio brasileiro, sendo impactado pela colheita da soja e pelo abate de bovinos antes do período de estiagem nas principais regiões produtoras. Em 2022, no entanto, as exportações continuaram aquecidas em junho, superando em 31,2% o mesmo mês do ano anterior, o que corresponde a US$ 15,7 bilhões.
As importações do setor também avançaram este ano. Em junho alcançaram a marca de US$ 1,5 bilhão, 20% acima do observado no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, as importações somaram alta de 8,6%, tanto devido ao aumento das quantidades importadas quanto à elevação dos preços internacionais das commodities
Este crescimento representa aquecimento para o mercado de produtos em aço destinados ao trabalho no campo, incluindo máquinas e implementos usados em todo o processo de plantio, irrigação, colheita, armazenamento e distribuição de alimentos.
De acordo com Luís Carlos Picone de Araújo, gerente nacional de projetos da Açovisa (Guarulhos, SP), que destina boa parte dos aços a indústrias que fabricam itens para o agronegócio, “tratores, máquinas agrícolas, transbordos, pranchas, válvulas automotivas, sistemas de irrigação, plantadeiras e colheitadeiras são apenas algumas das várias áreas que utilizam o aço, sendo alguns deles com tecnologias mais avançadas que outros.
Com o agronegócio em constante expansão é preciso que a indústria do aço acompanhe o ritmo, ofertando materiais com qualidade e executando testes em laboratórios que certificam a qualidade do insumo. “Além disso, é preciso pensar na questão logística: estar perto das indústrias que fabricam implementos e máquinas agrícolas é essencial” , comentou Picone.
Foto: Açovisa
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