Um levantamento realizado por Plástico Industrial, que contou com a participação de empresas que reprocessam e comercializam resinas plásticas obtidas a partir da reciclagem de materiais pós-consumo e/ou pós-industrial, apontou que 64,80% do volume de resinas recicladas comercializadas por elas são provenientes de sobras de processos industriais como aparas e borras, enquanto 35,20% têm origem no reaproveitamento de produtos pós-consumo.
Em se tratando dos materiais pós-consumo usados para produzir as resinas, 38,82% deles são fornecidos por empresas de triagem e pré-processamento, 25,88% o são por cooperativas de catadores, 15,29% são obtidos por meio de sistemas próprios de coleta de material e 11,76% são adquiridos a partir de programas de coleta realizados em parceria com estabelecimentos comerciais.
Além disso, 4,71% do total de material descartado usado pelas entrevistadas provêm de organizações não-governamentais (ONGs) e 2,36% de frentes de trabalho organizadas pelo poder público, enquanto 1,18% são conseguidos com a colaboração de supermercados e gestores ambientais.
No que diz respeito ao impacto negativo causado pela pandemia da Covid-19 no ramo de resinas recicladas, as companhias participantes afirmaram que o afastamento de seus colaboradores foi o problema que mais afetou as suas atividades – o índice médio de capacidade ociosa delas este ano, até agora, beira os 43,38%, superando o índice observado de janeiro a dezembro de 2019, que foi de 24,06%. O ranking tem em segundo lugar a escassez de materiais pós-consumo e em terceiro, logicamente, a dificuldade em obter esses materiais devido à destinação direta deles aos aterros.
Ou seja, o fato de as pessoas estarem consumindo mais produtos em casa não aumentou a disponibilidade de materiais plásticos recicláveis pós-consumo, ao menos até o encerramento desta pesquisa. O receio dos catadores em relação à possibilidade de contaminação é outro fator que prejudicou a oferta de materiais para reciclar.
Perguntadas sobre o uso de equipamentos de descontaminação de resinas recicladas para torná-las adequadas ao uso para contato com alimentos, 26,78% das entrevistadas afirmaram que já fazem uso desse tipo de tecnologia, enquanto as demais disseram que pretendem adquiri-los no próximo ano.
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Foto: Pixabay
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