O maior encontro brasileiro da cadeia de plásticos acontece em um cenário mundial complexo, sob os efeitos do pós-pandemia somados aos do conflito entre Rússia e Ucrânia, que colocou em alerta as organizações industriais no que diz respeito à vulnerabilidade da estrutura logística e das cadeias globais de suprimentos.

 

A necessidade de repensar a dependência de fornecedores localizados em outro continente, a possibilidade de escassez de determinada matéria-prima e até mesmo o impacto que os recentes acontecimentos tiveram sobre a produtividade e a disponibilidade de mão de obra têm sido grandes desafios, obrigando a indústria a lidar com diferentes cenários e suas consequências, quase na perspectiva de multiverso já retratada pelo cinema e à qual estamos gradativamente nos acostumando.

 

Essas questões têm sido o pano de fundo também para o desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções tecnológicas. Aumentar a disponibilidade de equipamentos, antever complicações decorrentes do cenário externo e responder aos anseios do mercado consumidor com produtos sob medida são preocupações que passaram a compor a agenda diária de quem comanda unidades fabris. É a esse público que os expositores da Plástico Brasil dedicam os seus lançamentos em termos de maquinário, periféricos, sistemas conectados e tudo o que se refere ao conceito de Indústria 4.0 para o setor de plásticos, como pode ser visto na cobertura prévia presente nesta edição a partir da página 32.

 

Com algum planejamento é possível driblar efeitos dos grandes acontecimentos mundiais. Por outro lado, a globalização se estabeleceu de forma estrutural e irreversível, exigindo o olhar atento para o cenário externo. Não por acaso, muito do que as principais marcas de equipamentos exibiram na feira K no ano passado estará por aqui nos estandes da Plástico Brasil, seguindo a regra de que é necessário pensar de forma global e agir localmente. Assim é também em segmentos específicos como o de produtos médicos, cuja regulamentação segue padrões mundiais, a exemplo do que pode ser visto no artigo sobre o tema, que começa na página 16, ao qual foi somada uma breve análise do mercado brasileiro de dispositivos médicos, corroborando a orientação que vigora no setor.

 

Ainda que cada negócio tenha suficiente força local, a tecnologia e a regulamentação de alguns setores já cruzaram o ponto sem volta em que cada decisão deve ser tomada levando-se em conta o contexto mundial. Uma feira de caráter internacional como a Plástico Brasil proporciona o ambiente ideal para se estabelecer contato direto com representantes das empresas transnacionais que estão na linha de frente, trazendo para o mercado local o que há de mais avançado. E tudo isso de forma presencial, olho no olho, como há alguns anos não acontecia. Um ótimo evento a todos!

 

Hellen C. O. Souza

Hellen.souza@arandaeditora.com.br

 

 

 

 

 

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