As mudanças causadas pelo surto de Covid-19 no cotidiano estão fazendo com que as pessoas busquem meios de transporte que proporcionem uma locomoção segura, ágil e, preferencialmente, individual. Evitar aglomerações de pessoas, que ocorrem tipicamente em sistemas de transporte coletivo, está entre as recomendações do atual momento.
Recentes desenvolvimentos na área de veículos elétricos projetados para apenas um passageiro estão aumentando a oferta de monociclos, patinetes e bicicletas cujo projeto envolve o uso de peças plásticas. A aplicação de polímeros nestes casos tem como objetivo proporcionar resistência e leveza à estrutura desses veículos e contribuir para a autonomia de seu propulsor, assim como permitir a criação de design que seja ao mesmo tempo atraente e otimizado para o dia a dia.
Esse segmento já está se consolidando no Brasil e traz consigo oportunidades para o ramo de plásticos como, por exemplo, o estabelecimento de consórcios para a fabricação local de peças e componentes para veículos dessa classe.
Entre as empresas que comercializam monociclos elétricos fabricados no exterior está a Eletricz, que fornece veículos fabricados na China e que aqui são oferecidos em versões com carenagem feita em materiais plásticos, a qual apresenta superfície com acabamento texturizado, liso brilhante ou “emborrachado”. Os modelos também contam com duas plataformas rebatíveis para apoio dos pés, que são constituídas por materiais compósitos. Além disso, eles contam com sistema de iluminação de LED, pneu sólido (sem câmara) e alça, nos quais também estão presentes termoplásticos e elastômeros.
Mas não é só a pandemia do novo coronavírus que tem potencial para alavancar as vendas de veículos elétricos para mobilidade individual, como afirmou Marcio Canzian, CEO da Eletricz e diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Esse mercado vem crescendo independentemente da pandemia e o Brasil, em 2 anos, já está entre os dez principais consumidores mundiais. Cidades com problemas de congestionamento, com muitos aclives e/ou com espaços para lazer são fatores muito importantes para o crescimento desse segmento”.
O executivo também apontou a mudança de comportamento e a cultura como fatores que podem contribuir para a expansão desse mercado. “Devido a fatores como o medo de pilotar e a curva de aprendizagem, os veículos elétricos levam mais tempo para serem inseridos na vida das pessoas. Mas, uma vez que isso acontece, eles passam a ser essenciais e a relação de conexão com este modal se enraíza. Mas temos um longo caminho pela frente”.
Segundo ele, o volume médio de monociclos fornecidos pela Eletricz anualmente é de mil unidades. “Ainda é um mercado em desenvolvimento e acredito que na medida em que ele for se tornando mais forte e relevante, podemos estar juntos no processo de estabelecimento de parcerias com os fabricantes para a busca de soluções desenvolvidas no Brasil”, disse.
O peso dos monociclos vai de 14 a 30 kg, o que os torna versáteis e fáceis de serem conduzidos também devido às carenagens feitas a partir de polímeros, as quais também foram projetadas para proporcionar conforto ao usuário.
A companhia fornece equipamentos de segurança como, por exemplo, capacetes, cotoveleiras e joelheiras, bem como acessórios diversos. Também presta serviços de assistência técnica.
Mais informações sobre os monociclos podem ser obtidas aqui. O preço médio deles é de R$ 3 mil a R$ 30 mil.
Produção de motocicletas sofre baixa
Assim como o aumento das vendas dos veículos elétricos, a paralisação das linhas de produção de motocicletas também é um dos reflexos da pandemia de Covid-19. Esse tipo de veículo, que também é atrativo para quem quer evitar aglomerações de pessoas e deseja agilidade na locomoção, teve seu volume de fabricação reduzido em abril último.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), no período mencionado foram produzidas 1.479 motocicletas frente a 91.226 unidades fabricadas no mesmo mês de 2019, o que representa uma queda de 98,4% - índice que chega aos 98,6% quando a comparação inclui o volume produzido em março deste ano (102.865 unidades).
No que diz respeito ao primeiro quadrimestre de 2020, o índice de redução de fabricação foi de 18,7%, em que foram fabricadas 299.078 motocicletas, em comparação com o mesmo período do ano passado, que somou 367.986 unidades concluídas.
“A produção do segmento ficou praticamente estagnada em abril, já que 70% das fábricas de motocicletas paralisaram suas atividades produtivas como medida de prevenção e segurança de seus colaboradores diante da pandemia de Covid-19”, afirmou Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
A pesquisa mostrou ainda que em abril deste ano as fábricas repassaram cerca de 5.173 motocicletas para concessionárias que atuam nesse ramo contra 90.293 unidades repassadas no mesmo mês do ano passado, o que equivale a uma redução de 94,3%.
Mais dados obtidos a partir do levantamento são mostrados nas tabelas a seguir.
Foto: Eletricz
Tabelas: Abraciclo
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