por Flávio Silva*
Os preços de resinas de um modo geral estão com tendência de queda desde meados do ano passado, atingindo seus mínimos entre janeiro e fevereiro deste mês. Em março houve uma recuperação, mas em abril novamente já foi notada uma retração nos preços.
Esta análise é específica para os polietilenos, cujos preços recuaram em abril, em média, 2,5% no mercado local em relação aos preços de março, segundo dados apurados no mercado.
Este recuo foi causado, principalmente, pela menor demanda local e devido aos maiores estoques nos transformadores, aliados às baixas nos preços internacionais do petróleo e da nafta, que impactam diretamente os preços das resinas, porém com algum delay .
Fonte: Energy Information Administration (EIA)
No gráfico acima, com dados sobre o petróleo, fica clara a oscilação do preço este ano, com grande movimentação entre março e maio.
Fonte: Trading Economics
Já para a nafta, considerando-se o preço (ARA – Amsterdã, Roterdã e Antuérpia – que é a referência de preços para a nafta no Brasil), a tendência mais clara é de baixa, com níveis de preços saindo de 700 dólares por tonelada em janeiro para cerca de 600 dólares por toneladas em maio.
Especificamente sobre o polietileno de alta densidade (PEAD), em maio a tendência deve ser de ainda mais reduções, justificada pelos recuos nos preços dos insumos e fraca demanda local. Ao menos até o momento é o que o mercado tem sinalizado.
O gráfico abaixo, parte da nossa série histórica (considerando base = 1 para o mês de janeiro de 2022), mostra a evolução dos preços nos últimos meses aqui no Brasil.
Fonte: Ohxide Consultoria
Desde janeiro de 2022 até abril o preço do PEAD recuou mais de 38%. E a tendência para maio é de mais um recuo, como mostra a linha tracejada no gráfico. Para os outros polietilenos considerados nos nossos estudos e análises (PELBD linear de baixa densidade; e PEBD baixa densidade) o panorama é similar, porém, com um percentual de redução inferior para abril e maio.
Olhando um pouco mais a frente, salvo ocorra uma melhora na demanda local, os preços para este mês também devem ter reduções ou, na melhor das hipóteses, apresentar alguma estabilidade. No nosso próximo relatório, no início de junho, já devemos ter com mais precisão tendências para os próximos meses.
Pelo lado da demanda, muitos players relatam e recomendam, ainda, cautela devido às incertezas sobre questão fiscal, taxa de juros e inadimplência, que recentemente cresceu muito no país. Isso tudo faz com que o apetite por compras de resinas diminua e sejam considerados apenas os consumos “garantidos”.
Prestar atenção aos cenários de preços destes insumos internacionais pode ajudar as empresas a se planejarem e identificar melhor o momento de comprar resinas, fazer estoque ou até mesmo segurar as compras.
*Flávio Silva é sócio-diretor da OHXIDE Consultoria (Rio de Janeiro, RJ e Paulínia, SP). Relatórios personalizados podem ser elaborados sob demanda. Consultas pelo e-mail ohxide@ohxide.com.br.
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