por Flávio Silva*
Quando se fala em embalagens flexíveis, este termo engloba todo um setor responsável por desenvolver materiais de diversos tamanhos e formas que visam atender à necessidade das mais distintas indústrias para proteger e embalar seus produtos até que eles cheguem no seu consumidor final.
O setor não é usuário exclusivo do segmento de indústrias do plástico, pois outros materiais também têm relevância como, por exemplo, papel e alumínio. Porém, falaremos aqui especificamente dos plásticos.
Nossa visão geral é de grande crescimento da demanda por esse tipo de embalagem nos próximos anos, primeiro porque o principal destino delas (setor alimentícios) tem grande tendência de crescimento no Brasil e no mundo. Em segundo, após a pandemia, o comércio digital teve um boom de demanda, o que deve permanecer nos próximos anos, gerando uma nova necessidade de proteção dos produtos enviados. E existe ainda uma tendência que vem sendo detectada de que consumidores estariam dispostos a pagar mais por benefícios tangíveis nas embalagens, tais como melhor proteção, facilidade de manuseio e envio, segundo uma pesquisa da Flexible Packaging Association (Associação de Produtores de Embalagens Flexíveis da América do Norte).
Dentre os plásticos mais utilizados nas embalagens flexíveis estão os polietilenos (PE), principalmente os de baixa densidade, polipropileno (PP) (aqui considerando também o BOPP, filme biorientado de polipropileno) e os filmes de poli(tereftalato de etileno) (PET), que também têm ganhado destaque, conquistando mercado nos últimos anos.
O setor de transformação de plásticos no Brasil é constituído de cerca de 10 a 11 mil empresas dos mais variados portes e segmentos de atuação. Deste total cerca de 4 mil estão atuando na produção de embalagens plásticas flexíveis.
Estudos da ABIEF (Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis) indicam que 30% do total, em volume produzido na indústria de transformação de plásticos, vão para este setor. Acreditamos que este número pode estar subavaliado, dado que somente o setor de alimentos consume mais de 22% do plástico produzido no País (isso sem contar o segmento de bebidas, que não está incluído neste valor).
Trazendo alguns dados deste estudo vemos que em 2022 o setor cresceu cerca de 1,3% frente ao ano de 2021, atingindo mais de 2.167 mil toneladas de plásticos consumidos. Deste total os polietilenos de baixa densidade (PELBD e PEBD) forma os grandes protagonistas com mais de 74% do total.
Independentemente dos números, quem estiver no setor precisa ter foco em custos, competitividade e nas tendências para o segmento, que são:
Viés cada vez mais sustentável, em que facilitar a reciclabilidade do material é fator chave para sucesso;
Atenção às exigências legais de cada cidade/estado;
Análise dos setores que são mais propícios ao uso de embalagens de cada material;
Uso de material reciclado (ao menos em parte) na embalagem deve gerar apelo de vendas maior;
Competição entre materiais e entre resinas: o binômio preços e desempenho deve ser sempre considerado;
Concluindo, para as empresas de transformação que atuam como fornecedores de material para embalagens é importante estar muito próximos dos seus clientes, para entender as tendências e movimentos do mercado e assim conseguir antecipar o máximo possível suas ações. Mas a certeza que se tem é que este mercado de embalagens vai crescer, tanto no Brasil, quanto no restante do mundo.
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*Flávio Silva é sócio-diretor da OHXIDE Consultoria (Rio de Janeiro, RJ e Paulínia, SP)
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