Apesar do cenário global de desaceleração econômica, o setor petroquímico tem perspectiva positiva, especialmente após o anúncio da retomada do regime especial de tributação para a indústria química (REIQ), pelo Governo Federal. A medida deverá fomentar as atividades do setor e estimular a compra de instalações formadas predominantemente por estruturas, tubulações e reservatórios metálicos.
O programa que beneficia a indústria química em geral foi criado em 2013, e prevê isenção de PIS/Cofins na compra dos principais produtos usados na indústria petroquímica de primeira e segunda geração, reduzindo a diferença de custos entre as empresas brasileiras e suas concorrentes internacionais. Durante o governo anterior, de orientação liberal, o programa foi alvo de medidas provisórias que visavam à sua extinção devido ao entendimento de que se tratava de um benefício contrário às leis de mercado.
O decreto que retoma oficialmente o REIQ foi assinado no último dia 24 e estabelece que, para obter a isenção, as centrais e indústrias químicas deverão firmar um termo junto à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil se comprometendo a cumprir normas de segurança e medicina do trabalho; tomar medidas de compensação ambiental; manter regularidade em relação a débitos tributários e previdenciários; adquirir certificados relativos a reduções verificadas de emissões (RVE) de gases de efeito estufa (GEE), além de manter em seus quadros funcionais a quantidade de empregados igual ou superior ao verificado em 1º de janeiro de 2022.
O cenário internacional também favorece o setor petroquímico. De acordo com estimativas de agências de pesquisas como a Research Nester, o mercado de produtos petroquímicos deve crescer em média 6% ao ano até 2031.
Oportunidade para o setor metalmecânico
Avaliando o desempenho deste segmento, Marcos Barbosa, CEO da Krominox, fabricante de tubos em aço inoxidável, enxerga impactos relevantes para as empresas que fornecem esses produtos, empregados do início ao fim dessa cadeia produtiva.
“Enquanto damos os primeiros passos para a transição energética e a meta de zero emissões de carbono, determinada por muitos negócios, ainda dependemos muito do petróleo para sustentar o nível da atividade humana. A população mundial segue em crescimento e, com isso, aumentam as demandas, como as relacionadas ao setor de transportes e a manufatura de produtos, especialmente os plásticos, seja como embalagem ou produto em si”, comentou Barbosa.
“O aço inoxidável está presente em pontos que vão desde os sistemas de perfuração e extração, até o transporte, processamento nas refinarias e armazenamento. São tubulações, válvulas, compressores, bombas, trocadores de calor, tanques e muitos outros equipamentos que integram um processo operacional sob condições severas. Somente o aço inox é capaz de suportar tamanhos impactos e por isso a demanda por esses produtos tem acompanhado a expansão e a velocidade adotadas por essa indústria”, explicou Barbosa.
Para acompanhar as expectativas positivas do setor, a Krominox deve investir ainda em 2023 na aquisição de máquinas e ferramentas, assim como na ampliação de sua capacidade produtiva, para continuar atendendo com efetividade as necessidades das petroquímicas.
“Até o final deste ano, temos previstos R$ 15 milhões em investimentos operacionais, além de um contínuo movimento de fusões e aquisições. A compra oportuna de novas plantas fabris está sempre em nosso radar”, concluiu o executivo.
Foto: PhotoSmile/Shutterstock
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