Adalberto Rezende, da redação.
Um investimento de R$ 6 milhões para a aquisição de novas máquinas industriais foi redirecionado para um programa de reparos em equipamentos que já estavam em uso em um parque fabril onde são confeccionados componentes de poli(cloreto de vinila) (PVC) para calçados, e onde também são fabricados moldes, o qual integra o conglomerado da Grendene, com sede em Sobral (CE). Além disso, houve aumento da produtividade nesta fábrica graças a um estudo para a otimização de seus processos produtivos.
Este trabalho foi o ponto de partida de um estudo que envolveu o uso de métodos científicos, criatividade e pensamento crítico, temas abordados por Cesar Eduardo da Silva, engenheiro químico e especialista em gestão empresarial e desenvolvimento de projetos para a indústria, em seu livro “Cientista industrial”, publicado pela Learn Ltda., empresa da qual o autor é sócio-fundador.
Em entrevista concedida à Plástico Industrial, Cesar comentou sobre o estudo de caso mencionado acima, que é um dos mais de 2,5 mil projetos de otimização de processos produtivos reunidos na obra literária com 292 páginas, nas quais o leitor encontra conteúdo referente a temas relacionados ao chão de fábrica e à rotina da cadeia de manufatura, que inclui o setor de transformação de plásticos.
Usando o método “5 porquês”
O estudo que levou ao aumento da produtividade da fábrica de componentes feitos de PVC para calçados, que foi precedido por um aumento da produtividade também em sua fábrica interna de moldes, teve como base um levantamento referente ao investimento em manutenção de máquinas de usinagem que compunham a linha fabril da empresa mencionada.
De acordo com Cesar, as máquinas que precisavam de manutenção estavam, em um termo popularesco, “enterradas na rotina de baixa produção”. Esse foi um dos fatores constatados a partir de um estudo que teve duração de aproximadamente cinco meses e em que foi usado um método denominado “5 porquês”. E assim, conforme explicou o entrevistado, foram reunidos especialistas em transformação de plásticos, usinagem, máquinas industriais e em confecção de ferramental, visando, nas palavras dele, “unir as expertises de cada um desses setores usando o método ‘5 porquês’, que consistem na elaboração de, por exemplo, uma lista com a definição de objetivos e o porquê de cada um deles”.
Além disso, outros métodos como aplicação de raciocínio criativo, também conhecido como criatividade lógica, serviram como ferramentas para a execução do que Cesar chamou de “mentoria e mão na massa feitas de forma praticamente simultânea. Em linhas gerais, a ideia é unir expertises de vários setores de uma empresa para exercitar o método criativo crítico voltado para a indústria, com foco na otimização de processos e produtos”. Ele salientou que esse foi o ponto de partida para o trabalho de “‘reparametrização’ feito nas linhas de produção da fabricante de componentes feitos de PVC para calçados”.
É preciso instigar a curiosidade
Outro tema abordado por Cesar, e que também é tratado no livro Cientista industrial, diz respeito à importância do incentivo à curiosidade de colaboradores no que tange ao aprendizado no dia a dia do chão de fábrica. Isso, conforme mencionado por ele, está “diretamente ligado ao pensamento crítico e à criatividade produtiva”.
Ele concluiu dizendo: “Percebemos em nossa jornada de trabalho que tem decaído a habilidade de pensamento crítico de profissionais da indústria, ou seja, foi percebido que a curiosidade deles diminuiu”.
Mais informações sobre o livro estão disponíveis no site da Learn Ltda. Ele é comercializado em formato físico e digital. Na seção Literatura você encontra outras obras que abordam temas relacionados ao setor de plásticos, assim como em Artigos técnicos, onde estão disponíveis diversos trabalhos.
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Imagem: Learn Ltda./Divulgação, Catalyststuff, Freepik.
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