Por Felipe Guerini.

 

 

De acordo com dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a indústria nacional de eletroeletrônicos registrou um aumento de 13% das vendas no primeiro semestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

 

Neste sentido, foram comercializadas 44,02 milhões de unidades nos seis primeiros meses deste ano, ante 39,07 milhões de unidades no mesmo período de 2022. Este cenário reforça o aquecimento do setor, que diante da alta demanda precisa contar com os elementos certos para viabilizar uma produção efetiva, como é o caso do alumínio.

 

Por apresentar características como boa resistência mecânica, excelente condutividade elétrica, térmica, refletividade e, ainda, baixa densidade, o metal é de suma importância na indústria de materiais elétricos e de produtos eletrônicos em geral. Além disso, o custo-benefício e a reciclabilidade a ele atribuídos o tornam indispensável no desenvolvimento de novos produtos, além de ser intensivamente aplicado nas linhas de produtos já reconhecidas pelo segmento.

 

Nesse contexto, suas diferentes aplicações vão desde cabos e fios para condução de energia, até chassis (estrutura de suporte de carga de um objeto artificial) de smartphones, painéis de aparelhos de som e de células solares para transformação de energia, bem como de TVs planas, dissipador de calor em circuitos eletrônicos, capacitores e enrolamento de motores nos mais diversos tamanhos, e para diferentes fins.

 

Para se ter uma ideia, a aplicação do alumínio no chassi de smartphones, por exemplo, pode oferecer proteção às partes internas do aparelho ao mesmo tempo em que confere beleza e sofisticação ao produto, podendo se apresentar em cores diversas. E isso também se reflete nos painéis de aparelhos eletrônicos presentes nas residências como sistemas de som, de imagem, de refrigeração e outros.

 

No caso das TVs, comuns nas casas dos brasileiros, o alumínio é utilizado, na maioria das vezes, compondo os painéis de controle, assim como componentes de alto-falantes. Já com relação às máquinas de lavar, está presente nos painéis, enquanto nos refrigeradores, integram a parte de componentes e tubos de refrigeração.

 

 

Alumínio, alternativa sustentável para o setor de eletroeletrônicos

 

A pauta sustentabilidade vem sendo amplamente discutida em diferentes mercados. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), seis em cada dez empresas têm área dedicada ao tema. Além disso, ainda de acordo com o estudo, a preocupação dos empresários com o impacto na cadeia produtiva também aumentou, e 45% deles afirmaram que exigem certificados ambientais de seus fornecedores e parceiros ao fechar um contrato.

 

Indo de encontro a essa ideia, o alumínio faz diferença na cadeia produtiva, especialmente da indústria de eletroeletrônicos, por conta da sua perene reciclabilidade. Em um exemplo prático, se houver a reciclagem de 1 kg de alumínio, é possível demandar 19 vezes menos energia para obtê-lo quando comparado ao processo eletrolítico. E isso também se aplica às emissões durante a sua obtenção, tendo em vista que haverá apenas 20% de emissão de particulado em comparação ao processo de obtenção normal.

 

Outro aspecto importante é que a cada quilo de alumínio reciclado, deixa-se de extrair 4,5 kg de minério (bauxita), prolongando as reservas e conservando a natureza nos depósitos desse minério.

 

Assim, some isso à utilização de energias renováveis e de baixo carbono. Certamente, os ganhos relacionados à transição energética serão ainda maiores. Dessa forma, as empresas do setor que ainda não utilizam alumínio em sua cadeia produtiva, no futuro, tendem a migrar para o seu uso, à medida em que necessitarem de produtos melhores e mais modernos para manterem-se competitivas.

 

Ademais, ficam mais do que evidentes os benefícios proporcionados por este metal para o setor de eletroeletrônicos, especialmente por conta de sua versatilidade, proporcionando praticidade (leveza, beleza e proteção), custo reduzido, modernidade e, sobretudo, a possibilidade de reciclar, colaborando ainda mais para a sustentabilidade e reutilização, além de fomentar o sucesso dessa indústria.

 

Felipe Guerini é gerente comercial da Termomecanica, com fábricas em São Bernardo do Campo (SP).

 

Imagens: Termomecanica, Freepik.



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