Adalberto Rezende, da redação.
Um levantamento realizado pela ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica mostrou que o Estado de São Paulo atualmente lidera o ranking de produção de energia solar no Brasil. De acordo com o estudo feito pela instituição, a potência instalada no Estado é maior que 3,9 gigawatts.
Além disso, foi divulgado à imprensa que o investimento no desenvolvimento e implantação de sistemas fotovoltaicos em telhados, fachadas e pequenos terrenos no Estado já passou de R$ 19 bilhões.
Neste sentido, o ramo de desenvolvimento de usinas fotovoltaicas flutuantes que, inclusive, traz oportunidades para o setor do plástico, também vem garantindo o seu lugar ao sol. Esse tipo de solução já é bastante utilizado em represas – como exemplo, a Represa Billings, na qual uma usina flutuante fotovoltaica foi instalada recentemente – e lagos presentes em áreas rurais, entre outras áreas aquáticas.
Um exemplo de desenvolvimento nessa área realizado recentemente é a nova linha de flutuadores Hydrelio® (foto acima), lançada pela fabricante de itens plásticos Unipac, com unidades em Limeira (SP) e Pompeia (SP), em parceria com o Grupo KWPar, com sede na capital paulista, e a companhia de origem francesa Ciel & Terre International, com filial brasileira em São Paulo (SP), à qual pertence a propriedade intelectual sobre o projeto dos flutuadores da linha Hydrelio.
Os novos flutuadores, que substituíram seus modelos antecessores da linha homônima, trazendo um design diferente, são fabricados com polietileno de alta densidade (PEAD) pelo processo de extrusão e sopro. Para que eles possam suportar a ação de intempéries como, por exemplo, envelhecimento causado pela luz solar e torção causada por ventos e eventuais ondulações decorrentes em represas, o seu projeto inclui a adição de aditivos anti UV e para aumento da resistência mecânica ao PEAD.
Mais detalhes sobre a nova linha de flutuadores foram comentados por Luiz Henrique Taniguti, gerente de vendas da Unipac, e Ediléu Cardoso Jr., CEO do Grupo KWPar, em entrevista concedida à Plástico Industrial. Os executivos explicaram que o molde usado para fabricar o novo modelo de flutuador foi desenvolvido no Brasil, em parceria com times da área de projeto de ferramental que atuam em outros países.
Eles também comentaram que o conjunto formado pelos flutuadores do portfólio da Ciel & Terre International, os quais apresentam diferentes versões – um modelo é usado para acomodar o painel fotovoltaico, ao passo que outros flutuadores com design diferente são usados como passarelas, formando uma plataforma onde equipes de manutenção podem se locomover sobre as usinas –, foi pensado de forma a ter durabilidade de até 30 anos, tendo em vista as condições típicas de represas e lagos.
No que se refere à resistência mecânica, Luiz salientou que as partes dos flutuadores projetadas para que eles possam ser conectados uns aos outros, ao mesmo tempo que permitem que todo o conjunto tenha flexibilidade em caso de ocorrência de ondulações, por exemplo, as quais ele chamou de “orelhas dos flutuadores”, constituem um fator crítico. Sobre este tema, Ediléu complementou dizendo que, “a usina flutuante pode balançar, mas os painéis não podem sofrer estresse”.
Improviso não é uma boa ideia
O uso incorreto de bombonas e outros tipos de recipientes fabricados com materiais plásticos na construção de conjuntos flutuantes, para a acomodação de painéis fotovoltaicos e para outros tipos de aplicação, foi um dos assuntos comentados pelos entrevistados.
Eles salientaram que os projetos de construção de usinas fotovoltaicas flutuantes devem abranger estudos sobre as condições às quais serão expostos os flutuadores plásticos, o tipo de painel fotovoltaico, periodicidade de manutenção das usinas flutuantes e outros diversos fatores.
Ediléu comentou que esses desafios incluem não somente a conscientização sobre o uso correto de itens plásticos adequados ao suporte de painéis fotovoltaicos a serem instalados em áreas aquáticas, mas também a realização de estudos sobre o tipo de material usado na fabricação dos flutuadores, espessura das suas paredes e, conforme salientado por ele, as condições do local.
Interesse em parcerias
As partes envolvidas no lançamento da nova linha de flutuadores Hydrelio estão abertas a propostas de parcerias com instituições de pesquisa, meio acadêmico, colégios técnicos e empresas e entidades que atuam em áreas como o setor fotovoltaico, desenvolvimento sustentável, urbanismo, desenvolvimento em áreas rurais e biodiversidade, além de outras.
Os trabalhos já em andamento, segundo os entrevistados, abrangem a elaboração de estudos sobre o potencial de represas e áreas onde há lagos para a implantação de usinas fotovoltaicas flutuantes usando os flutuadores recém-lançados.
A Unipac e o Grupo KWPar podem ser contatados pelos telefones (14) 3405-2100 e (11) 2308-5971. ________________________________________________________________________
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Imagens: Ciel & Terre International, Unipac e Grupo KWPar/Divulgação.
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