A austríaca Wittmann, com unidade brasileira em Vinhedo (SP), tem trabalhado na adaptação de algumas de suas máquinas e periféricos para que eles possam ser alimentados em corrente contínua (CC), em vez de corrente alternada (CA). A evolução abre caminho para que equipamentos sejam acionados pela energia gerada por sistemas fotovoltaicos, sem as perdas decorrentes da conversão do tipo de corrente.

 

A energia de fontes convencionais é gerada em corrente contínua e convertida em corrente alternada (CA) para distribuição, e em alguns casos é convertida novamente em corrente contínua no ponto de consumo. Tanto na produção industrial quanto em estabelecimentos comerciais ou mesmo em residências, a corrente contínua está constantemente sendo transformada em alternada e vice-versa, em uma sequência de conversões que ocasiona perdas importantes e reduz a eficiência energética das aplicações.

 

O fornecimento de energia proveniente de fontes renováveis, a exemplo da solar e eólica, é feito por meio de corrente contínua, que é também a forma como ela é armazenada em baterias. Utilizar essa energia de forma direta foi o que motivou os pesquisadores da Wittmann a desenvolver, em parceria com a empresa Suíça Innovenergy, acumuladores capazes de armazenar essa energia para uso direto na alimentação de máquinas e periféricos. A empresa parceira é especializada na instalação de redes CC em plantas industriais e no desenvolvimento e produção de baterias sustentáveis para armazenamento de energia solar, que operam com cloreto de sódio (sal comum), em substituição a metais pesados.

 

Injetora, robôs e controlador de temperatura

 

Uma injetora operando em corrente contínua foi exibida pela Wittmann na feira K de 2022 (foto à esquerda), juntamente com um robô manipulador. Mais recentemente, no evento interno denominado Competence Days, realizado em junho deste ano, foi anunciado o controlador de temperatura que opera em corrente contínua, o Tempro plus DC (foto abaixo).

 

Jochen Pernsteiner, da equipe de vendas da Wittmann, esteve recentemente na feira Interplast, em Joinville (SC), e comentou que o recurso permite o aporte de uma energia mais estável e “limpa”, livre de ruídos, nos equipamentos. Consequentemente, estes também operam de maneira mais estável e sem paradas.

 

A linha de controladores Tempro plus DC atinge exatamente as mesmas taxas de desempenho que os modelos equivalentes alimentados por CA. O Tempro plus D90 DC, por exemplo, apresentado no Competence Days, é adequado para temperaturas de até 90°C, com capacidade de aquecimento de 9 kW com 750 V CC. A versão CC já vem com um motor síncrono de 1,1 kW e um inversor como parte do pacote de equipamento padrão.

 

O motor aciona uma bomba submersa com uma pressão máxima de trabalho de 7,5 bar e capacidade de fluxo de 60 l/min. O inversor permite a conexão direta ao circuito intermediário da máquina, bem como o controle de velocidade de acordo com os parâmetros de processo desejados. Desta forma, a perda de conversão é evitada e a velocidade da bomba é adaptada aos requisitos do processo, o que resulta em maior eficiência energética e estabilidade.

 

A ideia é que os transformadores que possuam sistemas fotovoltaicos para geração de energia possam utilizá-la diretamente, além de dispor de recursos para retroalimentar no sistema a energia residual do processo.

 

A tecnologia está disponível atualmente para os modelos totalmente elétricos de injetoras, da linha EcoPower, mas no futuro ela será adaptável também aos híbridos.

 

A tecnologia de alimentação de equipamentos por corrente contínua será apresentada na próxima edição do Simpósio Internacional sobre Tecnologia de Plásticos, que acontece entre os dias 5 e 6 de novembro, em Indaiatuba (SP).

 

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Imagens: Wittmann

 

 

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