A Earth Renewable Technologies (ERT), com sede em Curitiba (PR), iniciou oficialmente a sua operação no Brasil, produzindo um portfólio de bioplásticos que inclui o SFRP (short fiber reinforced polymer, ou polímero reforçado com fibras curtas), material patenteado que permite levar os polímeros de origem renovável e biodegradáveis a um novo patamar de aplicações.
Kim Gurtensten Fabri, CEO da ERT, conta que as atividades da empresa tiveram início há 11 anos, quando ela desenvolveu a SFRP em conjunto com a Clemsom University, instituição de ensino referência em engenharia de polímeros, na Carolina do Sul, Estados Unidos. A fibra foi patenteada como a primeira tecnologia capaz de modificar drasticamente o desempenho de biopolímeros e entregar aplicações antes desconhecidas para estes materiais.
As fibras possuem uma relação comprimento/diâmetro (L/D) próxima de 1.500 e se mostraram capazes de conferir ao o ácido poli(láctico), ou PLA, uma resistência ao impacto de duas a três vezes superior à do material puro, tornando-o funcional para aplicações em itens descartáveis normalmente moldados com poliolefinas.
Com unidade industrial em Colombo (PR), próximo a Curitiba, a ERT produz hoje 30 toneladas de material por mês, e tem como meta para 2021 alcançar 200 toneladas. Já estão disponíveis grades para injeção, sopro e extrusão de filmes. São exemplos de produtos já obtidos as sacolas PLA Biobased e os frascos Earth Bottle, embalagens sopradas de 30 ml, feita especialmente para a empresa Melíponas, para envase de própolis.
Pandemia acelerou atividades
“Queremos incentivar o uso de biopolímeros como forma de resolver o problema dos materiais plásticos descartáveis. A pandemia acelerou e destravou muitos negócios neste sentido, gerando um fluxo positivo de informações e ações devido ao aumento da demanda por descartáveis”, informou Kim.
Desta forma, a empresa tem boas perspectivas de cumprir sua missão de fazer do plástico que se desintegra em até seis meses uma solução viável para marcas interessadas em substituir suas embalagens plásticas tradicionais, sejam elas alimentícias, cosméticas, garrafas, canetas, vidros, talheres, copos, bandejas, sacolas de compras, dispositivos médicos e não tecidos.
A ERT informou em comunicado que tem pela frente alguns desafios: o primeiro é aliviar o fator custo, intrínseco a qualquer tipo de inovação, e o segundo é vencer a barreira dos “oxibiodegradáveis”, baseados no uso de aditivos promotores de degradação, e, por fim, promover uma disruptura no setor industrial nacional e emplacar de vez a sustentabilidade no meio corporativo, ainda um pouco tímido em relação ao uso de soluções biodegradáveis em suas linhas de produção.
“Nossa solução única, que entrega propósito e sustentabilidade às marcas, somada a um mercado que se mostra aberto a serviços e produtos sustentáveis, torna o Brasil um campo promissor para nossa atuação e a expectativa de nos tornarmos líderes no segmento de biopolímeros”, concluiu Kim.
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