A Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (Adirplast) divulgou dados recentes que apontam crescimento do mercado de poliestireno (PS). O volume comercializado pelos associados da entidade aumentou de 45.701 toneladas, em 2021, para 57.030 toneladas, em 2023.
De acordo com comunicado da instituição, o avanço reflete a crescente demanda de setores como o de alimentos e construção civil, que utilizam o PS para produzir embalagens descartáveis e isolantes térmicos, entre muitos outros produtos.
Propriedades como versatilidade e baixo custo tornam o PS o material ideal para diversas aplicações. Silvia Regina, diretora da Premix (Jandira, SP), destacou a importância do material no mercado brasileiro e como ele tem respondido positivamente às demandas dos consumidores: “É uma matéria-prima sustentável e facilmente processável, com um preço competitivo frente a outras resinas termoplásticas com aplicações semelhantes.” Silvia atribui o crescimento das vendas pós-pandemia à retomada vigorosa do setor alimentício, especialmente no segmento de bares, restaurantes e delivery, que tem impulsionado o mercado de descartáveis.
O presidente da Adirplast, Laércio Gonçalves (foto à esquerda), observa o crescimento da popularidade do PS também na construção civil no Brasil, pois o material contribui para construções mais econômicas e sustentáveis, além de melhorar o desempenho energético das edificações.
Ele explicou que o poliestireno, especialmente na forma expandida (EPS), possui características como leveza, isolamento térmico e acústico e alta resistência à umidade. “Esses fatores fazem do PS um material adequado para aplicações como blocos para enchimento de lajes, núcleos de isolamento térmico e acústico em sistemas drywall e em sistemas construtivos modulares inseridos em estruturas de aço ou concreto.”
Gonçalves, que também é CEO do Grupo Activas (São Bernardo do Campo, SP), destacou ainda o impacto do setor de linha branca. “Em 2024, observamos trimestres com crescimento de mais de 7,5% nas vendas de eletrodomésticos de maneira geral. Esse número é excelente para o PS, e espera-se que em 2025 o mercado de eletrodomésticos cresça 3%, um resultado positivo considerando que o ano deve ser desafiador. Esse crescimento reflete a inclusão de financiamento de eletrodomésticos no programa Minha Casa Minha Vida e o recorde de calor, que impulsiona as vendas de ar-condicionado e ventiladores.”
Silvia e Laércio destacaram também que a atual crise climática agravou problemas logísticos de toda a cadeia, com reflexos no mercado de PS: “Tivemos alagamentos no Sul do País que afetaram diretamente o ano de 2024 e a seca em Manaus. Esses desafios climáticos graves trouxeram impacto ao setor de plásticos e à cadeia de distribuição de poliestireno”, comentou Laércio.
Projeções
A maior demanda por praticidade deve continuar impulsionando as vendas de PS, acredita Silvia Regina: “Com a tendência do pedido de alimentos e a praticidade cada vez mais valorizada, o mercado de poliestireno tende a se manter forte, com expectativa de crescimento para os próximos cinco anos”, finalizou.
Laércio Gonçalves ressaltou ainda que os associados da Adirplast devem seguir empenhados em enfrentar os desafios para sustentar o crescimento da cadeia.
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Imagens: Shutterstock/Adirplast
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