O ramo de plásticos segue demonstrando exemplos de como os materiais dessa classe podem ser aproveitados no desenvolvimento de produtos capazes de barrar a proliferação de microrganismos.
Em se tratando do combate à Covid-19 no Brasil e no mundo, diferentes aditivos, polímeros e materiais compostos, criados para impedir o avanço dessa e de outras doenças, já se encontram presentes em aplicações como solados de calçados e equipamentos de proteção individual. Ou ainda, na criação de superfícies que podem reduzir o tempo de vida de vírus e bactérias.
E mais recentemente, uma empresa situada no município catarinense de Joinville, a Termotécnica, desenvolveu um material nanocomposto que confere propriedades antivirais e antibacterianas à sua linha de embalagens feitas em poliestireno expandido (EPS). Seu nome é “Safe pack”.
Ao ser incorporado à formulação de embalagens de EPS, o nanocomposto atua como uma substância protetiva na matriz polimérica, de forma a inibir a multiplicação e/ou permanência de microrganismos no produto final. Além disso, um aditivo fornecido pela companhia TNS (Florianópolis, SC) passou a ser incorporado ao produto.
“O aditivo, por si só, sem o nanocomposto desenvolvido para operar na matriz polimérica do EPS, não seria estável”, disse Albano Schmidt, presidente da Termotécnica. Ele também mencionou alguns fatores que contribuíram para o desenvolvimento deste produto. “Nos baseamos em pesquisas sobre o comportamento de consumidores de embalagens durante a pandemia de Covid-19".
Segundo o executivo, os levantamentos realizados nessa área trouxeram a constatação de que houve um aumento – além da preocupação com a transmissão de vírus e bactérias por meio de superfícies de embalagens e de produtos – da demanda de alimentos e produtos FLV (frutas, legumes e verduras) acondicionados em embalagens plásticas, comumente fornecidos a granel, por exemplo.
Embalagens de EPS formuladas com o nanocomposto foram submetidas a testes em laboratórios, incluindo um de virologia, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). De acordo com informações fornecidas pela Termotécnica, a eficácia do composto foi comprovada por meio de ensaios que seguiram as diretrizes das normas ISO 21702:2019 e JIS Z 2801:2000.
Os laudos obtidos a partir desse procedimento mostraram que o Safe pack pode proporcionar um índice de desativação de aproximadamente 99% de vírus HSV-1, valor este que beira os 90% no caso dos coronavírus (Ccov – cepa VR-809, gênero alfacoronavírus, pertencente à mesma família dos vírus SARS-CoV-1, Sars-CoV-2 e MERS). O percentual de eficácia contra a replicação de bactérias apresentado por ele chegou aos 99,9%.
Interesse em parcerias
Os desenvolvedores do nanocomposto antiviral e bactericida mencionado anteriormente têm interesse em estabelecer parcerias para o desenvolvimento de produtos e aplicações desse tipo. Isso inclui empresas do segmento de plásticos, instituições de pesquisa e ensino, assim como membros da cadeia produtiva de polímeros e companhias do ramo de reciclagem que visam aumentar a oferta de produtos com propriedades combativas de doenças.
Conforme explicou Nivaldo Fernandes de Oliveira, superintendente da Termotécnica, neste sentido, um contato constante com entidades situadas nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro vem sendo mantido por meio de eventos que têm como tema central a engenharia de polímeros, materiais avançados e nanocompósitos, química verde, manufatura e processamento a laser, sistemas embarcados e logística de produção, entre outros.
Mais informações podem ser obtidas aqui. Acesse também nossa seção Artigos técnicos, que traz trabalhos sobre diversos assuntos referentes a esta e outras áreas ligadas ao ramo de plásticos.
Foto: Exemplo de embalagem feita em EPS a partir de uma formulação que inclui material com propriedades antivirais e bactericidas, desenvolvido pela Termotécnica.
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#Termotécnica #TNS #NanocompostoAntiviral #Antibacteriano #Plásticos #Covid-19
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