Os ganhos prometidos pela IA - Inteligência Artificial para a economia digital do Brasil exigem que, primeiramente, outra instância digital seja equacionada: a disseminação das redes 5G. “Trata-se de um quadro em que a prosperidade e a nova infraestrutura de rede precisam avançar juntas”, diz Carlos Cunha, Gerente de Vendas para Service Providers da F5 Brasil. Uma análise do Fundo Monetário Internacional indica que, até 2035, a disseminação do binômio IA/5G pode fazer o PIB brasileiro aumentar em 5%. Em relação à IA, especificamente, o que entra em cena é um novo nível de produtividade do trabalhador. Embora o índice PTF - Produtividade Total dos Fatores contabilize os ganhos trazidos pela IA, vai muito além disso. O estudo do FMI indica que a IA distribuída com altíssima performance e baixa latência pela rede 5G pode contribuir para acelerar o PTF brasileiro nos próximos 10 anos entre 4% e 8%.

Segundo Carlos Cunha, a forte sinergia entre IA e 5G é facilmente explicável. “A carga de trabalho da IA, embora muito maior em escala, é muito semelhante à do 5G em termos de gestão de dados e exigências de eficiência. Os dois modelos são inteiramente baseados na nuvem híbrida. Escalabilidade e distribuição por vários pontos geográficos e em vários formatos (edge, cloud, fog) são a regra”, diz. Outra característica em comum é a ênfase no modelo ‘Software Defined”. O novo hardware desenvolvido pela NVIDIA e por outros líderes em inovação é o que tem permitido que o High Performance Computing torne-se realidade em data centers em todo o mundo. Mas a forma como as aplicações IA navegam neste universo físico é totalmente Software Defined. Um mar de dados é 24x7 processado nos dois tipos de IA: treinamento (em que a aplicação aprende e não atende o usuário) e inferência de IA, que responde diretamente ao acesso do usuário.

O casamento entre a IA e o 5G exige cuidados tanto com a camada de aplicação e APIs (os dados da IA) como de infraestrutura de rede. O setor de telecomunicações brasileiro tem buscado soluções para o dilema de simultaneamente ampliar sua presença 5G e interiorizar o que há de mais avançado em IA tanto em seus processos administrativos como em suas ofertas para o mercado.

Do ponto de vista de infraestrutura, trata-se de um mix de data centers principais (cloud computing) operando em conjunto com uma miríade de data centers na borda (edge computing), tudo baseado num modelo que ou já é 5G ou está preparado para o 5G. Cresce a cada dia, também, o interesse das operadoras pelas soluções que integram o hardware HPC, como NVIDIA, com a gestão e proteção de todas as camadas dessa rede ultra distribuída e complexa. Isso é o que o mercado conhece por telco cloud. Há casos em que o core de nuvem da telco ainda é sua nuvem privada, com apenas algumas aplicações rodando na nuvem pública.

De uma forma ou de outra, porém, a nuvem é uma realidade nas telcos brasileiras e ainda mais no mundo corporativo brasileiro. “A velocidade dos negócios, em especial a velocidade de atualização e entregas de aplicativos e APIs responsáveis por fazer o negócio girar, tem lançado luzes sobre o desafio de levar a rede IA/5G o mais próximo possível do ponto de consumo de dados, do ambiente do cliente”, diz o executivo.

É neste contexto que começa a ser analisado o conceito de Customer Edge, em que uma instância da nuvem híbrida, com a possibilidade de ser a nuvem da telco, está instalada dentro da organização usuária. No Brasil, um diferencial da adoção do modelo Customer Edge é o fato de integrar na visão única da nuvem até mesmo ambientes on premises. “É algo essencial num mercado baseado em estruturas heterogêneas e de gerações variadas”, afirma.

Em todas as suas configurações, o Customer Edge tem de ser parte de uma nuvem global 5G que se destaque pelo forte foco em entrega segura de aplicações e de APIs. É algo essencial para o sucesso desta proposta. Um estudo recente revela que os ataques contra a nuvem cresceram 75% entre 2023 e 2024 (dado global).

Na prática, o Customer Edge “traz para casa” avançados recursos de IA, ML e análise comportamental, em escala e numa rede 5G. A meta é defender a empresa usuária contra ataques baseados nestas mesmas inteligências. A proteção de dados críticos rodando em Apps e APIs passa a ser feita de modo local e global. Neste modelo, soma-se às equipes do cliente os times de experts em fraudes e segurança digital. Todos trabalham juntos para defender de maneira preditiva os ativos digitais em geral e os criados pela IA – a nova superfície de ataque. “Para a economia brasileira, trata-se de fortalecer a resiliência dos negócios que dependem de Apps, APIs, IA e 5G para, em 2025, atingir sua plenitude”, finaliza Carlos Cunha.



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