A Aurea Finvest, empresa especializada em investimento e desenvolvimento imobiliário, está implementando um projeto ambicioso em data centers no Brasil. Depois de ter estruturado todo o investimento para que a Tecto, do grupo V.tal, iniciasse neste ano a construção de uma nova unidade em Santana de Parnaíba, SP, de 200 MW, a empresa divulgou que um outro de maior porte, de 800 MW, está em fase de obtenção de autorizações para ser erguido a partir de 2026, em Sumaré, SP.
A modelagem dos investimentos da Aurea segue sua experiência no mercado imobiliário, tradicionalmente concentrada nos setores de logística, comercial e residencial e que nos últimos anos passou a envolver o promissor mercado de data centers. A empresa procura áreas com potencial logístico e operacional para a implantação das centrais, adquire os terrenos e entra com os pedidos de acesso à rede básica de energia junto ao MME - Ministério de Minas e Energia, primeira etapa do processo burocrático.
Em paralelo a esse processo, a unidade da Aurea voltada para data centers vai negociando com potenciais clientes, sejam grupos operadores das centrais, que prestam serviços de hospedagem de dados ou colocation, ou consumidores, caso de big techs, por exemplo.
De acordo com o diretor de engenharia da Aurea, Moisés de Souza, há as possibilidades, para fechar esses acordos, de repasse do terreno e todas as autorizações obtidas para a instalação do data center ou, no caso de interesse do stakeholder, a própria Aurea pode dar continuidade ao investimento, implantando o galpão e a infraestrutura de energia. No caso da Tecto, a empresa preferiu assumir o projeto na sua integridade, dada a sua experiência na implantação de outros de seus data centers no Brasil.
Já para o investimento previsto para Sumaré, em terreno de 680 mil metros quadrados adquirido em área agrícola de Sumaré, a expectativa, segundo Souza, é ter o parecer de acesso à rede até o fim do ano. A negociação para conectar futuramente o empreendimento com a rede, por meio da subestação de Sumaré, da ISA Energia Brasil, também caminha de forma positiva.
Com mais dois processos correndo em paralelo, para regularização fundiária junto à prefeitura da cidade, e de licenciamento ambiental com o órgão ambiental paulista, a Cetesb, o planejamento é ter o sinal positivo para a construção da central em Sumaré em meados de 2026. De acordo com o diretor, enquanto isso a equipe da Aurea já negocia com interessados em assumir o novo data center, o que será definido até a regularização estar concluída.
Além do data center em Sumaré, Souza afirma que mais outros dois ou três devem ser anunciados em breve. Para sustentar todo o planejamento, a Aurea Finvest contratou no fim de 2024 a Delphos, consultoria financeira norte-americana especializada em mercados emergentes, para buscar investidores no exterior. A expectativa é de que, em uma primeira captação, sejam atraídos cerca de US$ 500 milhões em recursos de investidores dos Estados Unidos e de países da Europa e da Ásia. O volume deve ser ampliado para US$ 800 milhões mais para a frente.
Para o executivo, a expectativa de atração de investimentos é elevada, por conta da alta competitividade do Brasil, com abundância de energia renovável, áreas disponíveis e mão de obra qualificada. “O Brasil é a bola da vez. É só não perder a janela de oportunidade”, disse. Não à toa, estudo Arizton Research aponta que os novos projetos de data centers no Brasil, até 2030, devem envolver investimentos anuais de US$ 6,5 bilhões.
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