O papel dos data centers na indústria tem crescido de forma significativa ao longo dos anos. Com a demanda constante por armazenamento de dados, tais estruturas se tornaram indispensáveis. Como em todo negócio, os data centers têm passado por constantes atualizações para atender aos requisitos dos clientes, o que significa, muitas vezes, trocar equipamentos por dispositivos de maior densidade e capazes de armazenar mais informações e que costumam demandar sistemas de refrigeração mais eficientes. Segundo dados da consultoria Technavio, estima-se que o mercado global de refrigeração de precisão cresça em US$ 51,8 bilhões entre 2024 e 2028, uma taxa anual composta de quase 31,8%.

O Grupo Retec, com sede em Brasília, DF, fornece consultoria para projetos e integração de soluções de climatização HVAC-R -Aquecimento, Ventilação, Ar-condicionado e Refrigeração. Com mais de 40 anos de mercado, a companhia também atua na distribuição e manutenção de marcas como Evapco (resfriamento de água), Trox (difusão , controle e tratamento de ar), IMI (válvulas e equipamentos para balanceamento, controle e tratamento de água), Daikin (ar-condicionado) e Armacell (isolamento térmico).

“Nosso diferencial é entregar um sistema pronto. Geralmente, um projeto de refrigeração costuma demandar pelo menos cinco fabricantes. A integração ocorre em um mesmo local, já que somos o representante e o suporte técnico das marcas que utilizamos”, afirma Patrick Galletti, CEO do Grupo Retec.

O executivo explica que um sistema de climatização precisa estar de acordo com as diretrizes do PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle, um documento emitido por um engenheiro mecânico, tecnólogo em refrigeração ou técnico em climatização, e que deve ser registrado via uma TRT – Termo de Responsabilidade Técnica no CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Com ele, é possível mapear todos os equipamentos que fazem parte do ambiente. “Os chillers, por consumirem mais água e ar, juntamente com as torres de resfriamento, demandam manutenções em prazos mais curtos, geralmente a partir do terceiro mês. Quanto maior a redundância, mais automação será necessária, encurtando os prazos de manutenção”, explica Galletti.

Na climatização de data centers, duas questões costumam surgir. A primeira é o resfriamento do ambiente. Já a segunda é a otimização de racks, servidores e outros equipamentos que emanam mais calor. Hoje, muitos data centers trabalham com temperatura média de resfriamento de 25ºC.

Quanto aos dispositivos, segundo Galletti, a condensação a ar é o menos eficiente pois consome mais energia e não tem uma troca de calor eficaz. Para solucionar a questão, diversos data centers têm recorrido a soluções híbridas que misturam ar e água. “Além de mais eficientes, a água auxilia a reduzir o consumo de energia e o ar, consequentemente, reduz o consumo de água”, afirma o CEO.

A questão do consumo de energia e água (PUE e WUE) passou a ser vital para o mercado de data centers. O Lincoln Laboratory, órgão pertencente ao MIT - Massachusetts Institute of Technology, dos EUA, prevê que os sites tendem a consumir até 21% de toda a energia gerada no planeta até 2030. Já a Bluefield Research, em um estudo divulgado em 2023, afirmou que os data centers utilizam, no mundo, mais de 1 bilhão de litros de água/dia para se manterem em pleno funcionamento.

“Algumas empresas têm construído lagos artificiais próximos a seus data centers para aplicar a água gerada no processo de resfriamento. Para o futuro, as soluções que utilizam água estarão cada vez mais em voga. Um exemplo é a aplicação dos water coolers capazes de reduzir, em até 40%, o tempo de resfriamento. Outro produto que vale ser citado é uma tecnologia exclusiva da Evapco. Trata-se de um spray de água que faz a troca com o ar no ambiente de forma automática. Seu funcionamento consiste em aumentar a troca de temperatura da água com o ar, utilizando a baixa umidade ambiente para melhorar a eficiência da troca de calor. Para entender as questões de volume, vazão e pressão da água, são feitos cálculos de acordo com o ponto de temperatura que se deseja atingir”, diz Galletti.

Como tendência para os próximos anos, o CEO ressalta o aumento no uso de servidores de IA – Inteligência Artificial. “São equipamentos que demandam uma infraestrutura distinta dos data centers comuns. Seus três principais desafios são a alta demanda por energia, resfriamento do sistema e climatização do ambiente. Por serem aplicações mais robustas, o calor gerado acaba sendo muito alto. Uma das alternativas é o uso do liquid cooling, onde temos por exemplo uma tecnologia em que o líquido refrigerante é levado diretamente para os racks, o chamado direct cooling. O crescimento das aplicações IA está diretamente ligado ao uso da água e sua gestão”, explica.

Com 40 funcionários, o Grupo Retec tem escritórios em Cuiabá, MT, e Palmas, TO, e duas filiais sendo uma em Goiânia, GO, e a outra em São Paulo, esta última ainda em fase de construção. Além do mercado de data centers, responsável por 20% do negócio, a companhia atende os setores hospitalar, alimentício, farmacêutico, hoteleiro e aeroportos.



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