No dia 1º de abril de 2025, durante a OFC Conference em São Francisco, EUA, o grupo japonês Furukawa Electric Co., Ltd. anunciou a unificação de suas operações globais de fibra óptica sob a nova marca Lightera. A Lightera será responsável pelo desenvolvimento e fabricação de fibras e cabos ópticos, bem como sistemas e soluções completas, incluindo cabos metálicos e produtos de conectividade para cabeamento estruturado. Essa integração resulta da união de três divisões: Cabos de Fibra, no Japão; OFS Fitel, nos EUA; e Furukawa Electric LATAM, no Brasil.
A escolha do nome Lightera, feita a partir de mais de 420 sugestões em uma votação interna, reflete o elemento essencial da transmissão de luz, presente em todas as comunicações. Segundo Foad Shaikhzadeh, executivo brasileiro que assumiu o comando da nova organização, até então CEO da Furukawa LATAM, o objetivo é consolidar a marca globalmente, preservando as expertises regionais que fortalecerão sua posição no mercado.
A nova estrutura incluirá divisões regionais: América do Norte (NAR), LATAM/EMEA, Ásia-Pacífico (APAC) e uma operação global de Specialty Photonics, focada em aplicações especiais de fibra, como fibras submarinas. Hélio Durigan, vice-presidente executivo da antiga Furukawa Electric LATAM, assumirá a liderança regional para LATAM/EMEA - Europa, Oriente Médio e África e América Latina.
Cada unidade regional traz contribuições específicas para o mercado: o Japão é especialista em soluções de alta densidade, como cabos Ultra High Fiber Count, enquanto a OFS se destaca na criação de fibras especiais, como como as fibras multicore (MCF), em que múltiplos núcleos atuam como estradas paralelas transportando sinais de luz separados e de forma simultânea, e as Hollow Core Fiber (HCF), que reduzem latência e aumentam a velocidade de transmissão. Já a Furukawa LATAM especializou-se em soluções completas para cabeamento estruturado e redes FTTH, como o Furukawa Cabling System e Broadband System, com forte atuação junto a distribuidores, integradores de sistemas, cujas marcas serão mantidas.
Com fábricas em diversas localidades, incluindo Brasil, EUA, Japão e Dinamarca, a Lightera conta com 4500 funcionários. A integração visa mitigar os impactos de políticas tarifárias globais, aproveitando a distribuição estratégica de suas unidades. Por exemplo, enquanto o Japão está sendo tarifado em 24% na exportação para os Estados Unidos, o Brasil e vários países da América Latina foram taxados em 10%. “Seremos afetados, mas não seremos os mais afetados. Pode até ser que alguns produtos sejam beneficiados”, disse Shaikhzadeh.
Além disso, a empresa pretende atender à crescente demanda por fibras especiais, como as HCF, que têm aplicações promissoras no mercado financeiro, devido à sua baixa latência.
Com gigantes como Google, Amazon, Microsoft e Meta liderando o tráfego global de dados, a Lightera buscará expandir sua presença em data centers hyperscales e utilizará o Brasil como um laboratório para inovação tecnológica, destacando sua fábrica em Curitiba, pronta para produzir cabos de alta capacidade.
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