A evolução da IA - Inteligência Artificial tem colocado o hardware em posição estratégica para que a economia digital avance no Brasil e no mundo. Um estudo da Deloitte, de novembro de 2024, estima que o mercado de chips para aplicações de IA generativa deve atingir US$ 50 bilhões até o final de 2025. Já a Market Research Future projeta um crescimento anual composto (CAGR) de 21,92% entre 2025 e 2032. Para Rafael Sampaio, Solutions Engineer da F5 Brasil, trata-se de uma infraestrutura disruptiva que exige um novo olhar das organizações. “Assim como a indústria automobilística passa da era dos combustíveis fósseis para os veículos elétricos, toda a indústria de computação lida com os desafios de projetar, gerir e proteger uma infraestrutura física preparada para a altíssima densidade de dados das aplicações de IA”, afirma.

As maiores empresas brasileiras e globais já enfrentam esses desafios, seja nos custos de construção e operação da infraestrutura para cargas de trabalho de IA, seja na necessidade de reduzir o consumo de energia nos data centers. Um estudo da University of Pennsylvania mostra que o consumo diário das grandes nuvens públicas de IA Generativa equivale ao de 180 mil residências nos Estados Unidos. “Quase metade dos entrevistados para o Relatório do Índice de Maturidade da Empresa Digital da F5 se preocupava com o custo da infraestrutura voltada à IA”, observa Sampaio.

A diferença em relação à infraestrutura tradicional de TI está na base tecnológica. Enquanto os sistemas convencionais não foram concebidos para suportar cargas intensivas de IA e Machine Learning, a infraestrutura de IA utiliza hardware e plataformas de dados especializados para computação acelerada, baseada em GPUs otimizadas para processamento paralelo. “Outro diferencial é que esse hardware nasceu programável e profundamente interconectado com software, o que inclui recursos de IA para otimizar a produtividade de quem administra essa infraestrutura crítica”, explica.

O conceito é conhecido como “fábrica de IA”, em alusão a processos repetidos e muitas vezes automatizados que produzem inteligência. Essa infraestrutura pode operar tanto em grandes nuvens públicas quanto em instalações próprias. As soluções mais recentes oferecem capacidade de até 6 Tbit/s de throughput, com suporte para bilhões de conexões simultâneas. “Os data centers da era da IA são mais densos do que os tradicionais. A meta é maximizar a eficiência por watt, algo crítico tanto para o meio ambiente quanto para a redução de custos”, diz o executivo.

Esse modelo programável permite que regras de negócios, desempenho e segurança sejam aplicadas por meio de comandos em linguagem simples, traduzidos pela própria IA para código. Trata-se de uma evolução que, segundo Sampaio, será decisiva para o avanço da economia. O Fundo Monetário Internacional estima que a IA terá impacto em 40% dos empregos no mundo. O Goldman Sachs projeta um acréscimo de US$ 7 trilhões ao PIB global em dez anos, enquanto a McKinsey aponta um potencial anual de até US$ 25,6 trilhões.

“O que o usuário vê não é a infraestrutura, mas a qualidade do aplicativo de IA utilizado. Por trás dessa interface, é essencial contar com uma geração de hardware criada sob medida para suportar a IA”, afirma. Para Sampaio, a adoção desse novo paradigma é inevitável. “Por muitos anos ouvimos que o software devorou o hardware. Na era da IA, somente quem adotar em sua nuvem pública ou privada um novo paradigma de hardware terá o poder necessário para que a IA avance e transforme o mundo.”



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