A Aspeal – Associação de Provedores do Estado de Alagoas elaborou um projeto inédito, batizado com o nome de Alagoas Conectada, que prevê a criação de uma rede de posteamento exclusiva para telecomunicações. O custo inicial é de R$ 60 milhões para a instalação de 40 mil postes na capital Maceió, que seria feito por uma PPP – Parceria Público-Privada.
“O governo do Estado de Alagoas já sinalizou o interesse em arcar com os investimentos tendo como contrapartida a instalação de câmeras de monitoramento pela cidade e uso da fibra para o tráfego das imagens”, afirma Angelo Rosa, presidente da Aspeal, entidade criada há três anos e que congrega hoje cerca de 60 provedores regionais. A parte privada da PPP ficaria a cargo de uma cooperativa ou empresa de sociedade anônima, remunerada de forma sustentável com a receita futura dos aluguéis dos postes.
Atualmente os provedores de Alagoas pagam R$ 6,28 pelo poste à Equatorial Energia. A estimativa é que a PPP poderia cobrar menos da metade do valor, no máximo cerca de R$ 3,00. “As concessionárias cobram o quanto querem e fazem reajustes pelo IGPM. Os provedores não podem repassar esses custos para o assinante”, diz. Recentemente, a Equatorial Energia, sem prévia comunicação, causou transtornos e prejuízos das manutenções e retiradas de postes da concessionária , o que levou a cortes na conexão de Internet de centenas de clientes.
“Apresentamos a ideia do posteamento para a distribuidora e a aceitação foi muito positiva”, diz o presidente. Isto porque o setor elétrico também tem seus problemas em decorrência do compartilhamento do poste. Além das dezenas de cabos irregulares, a empresa de energia sofre transtornos como acidentes e reclamações que muitas vezes não estão relacionadas ao serviço de eletricidade.
A Anatel e Aneel também não se pronunciaram contra a ideia, uma vez que os novos postes não conduzem eletricidade. E exatamente por isso, o trabalho se torna mais seguro para os técnicos, sem riscos de choques pela proximidade com a rede elétrica. “Ao contrário dos eletricistas das concessionárias, bastante especializados, os provedores não têm muitos recursos para investir em treinamentos. Por isso, são comuns os acasos de graves acidentes e até mortes”, diz. A ideia é que os postes de telecomunicações fiquem do outro lado da rua, bem longe portanto das linhas de alta tensão.
Ao contar com um poste exclusivo para fibra óptica, o número de pontos de fixação poderá aumentar de forma significativa, hoje limitados em seis operadoras. “Podemos ter até 40 empresas ocupando o mesmo poste”, afirma o executivo. E as alturas podem ser elevadas para evitar constantes abalroamentos dos cabos por caminhões que trafegam pelas ruas da cidade.
Certamente os projetos de compartilhamento de postes deverão ser realizados e aprovados pela empresa responsável, assim como é feito hoje. Um outro diferencial é que os próprios provedores façam a fiscalização. “Em cada poste, uma etiqueta com QR Code indicará todos os ocupantes da rede, que poderá ser acessado e confrontado a qualquer momento”, diz. A transferência das redes é trabalhosa e demanda tempo, mas a própria distribuidora tem feito um trabalho de substituição de postes na cidade. Nessas ocasiões, o provedor já poderia fazer a mudança dos cabos e equipamentos.
Na opinião do presidente da Aspeal, a poluição das redes aéreas tende a melhorar, embora muitos pensem o contrário. “Há toneladas de fios e equipamentos em desuso que as grandes operadoras nunca retiraram. Ao organizar as redes, ficará mais fácil evitar cabos clandestinos. Os provedores também podem agora se motivar a regularizar a situação, com custos menores e maior facilidade de aprovação dos projetos”, afirma.
Segundo Angelo Rosa, o município de Tobias Barreto, no Sergipe, a empresa de energia não permite o uso dos postes. Então cada provedor tem seu próprio poste. “Em uma única esquina, contei cinco postes de provedores locais e um da Oi. Apesar disso, não há impacto visual. Com o Alagoas Conectado, vamos evitar de chegar a essa situação de ter um poste para cada um”, finaliza.
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