Uma parcela importante das empresas de telecom tem concentrado esforços em um novo modelo de negócios de distribuição e expansão, as redes neutras, que permitem que as empresas do setor expandam suas atividades para outros mercados sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura, que passa a ser compartilhada pelos provedores.
O mercado de banda larga no Brasil exibe um cenário de demanda e competitividade crescente. Segundo dados da Anatel, em abril de 2022 existiam cerca de 42 milhões de casas conectadas por meio de 7628 empresas. Apesar de estar em processo de consolidação, o segmento é bastante pulverizado. Os acessos por fibra óptica, que representavam 36% dos acessos totais em abril de 2020, passaram a responder por 65% em apenas dois anos, indicando a tendência clara do negócio em termos de renovação de meio de transmissão. “Grandes operadoras brasileiras, como Oi, Vivo e TIM, promoveram o spin off de sua infraestrutura de banda larga fixa, dando origem a outras empresas, as chamadas InfraCos (Infrastructure Company), que passaram a ser responsáveis por gerir e manter os ativos, dando origem às redes neutras”, comenta Telcio Cardoso, diretor de TI na MK Solutions.
Segundo o executivo, empresas que querem expandir, mas sem fazer grandes investimentos em infraestrutura, são as principais beneficiadas com a adesão às redes neutras. “Esses provedores poderão expandir os negócios de forma muito rápida, para mercados que até então não eram viáveis ou não estavam nos planos. Nesse novo modelo, a empresa passa a dar foco em outros atributos que o diferenciam no mercado, como atendimento ao cliente e novos serviços de valor agregado, deixando as complexidades da infraestrutura com o operador da rede neutra”, explica.
A MK Solutions tem feito investimentos em tecnologias para desenvolver produtos que possam auxiliar na chegada da rede neutra. “Tecnologia para documentar infraestrutura de telecom, gestão de equipamentos, APIs e serviços de suporte e monitoramento são alguns dos exemplos de softwares e serviços que a MK vem desenvolvendo e aprimorando ao longo dos últimos anos para que seus clientes possam adotar o compartilhamento físico da estrutura de redes”, completa o executivo.
As redes neutras também têm um olhar para o aspecto social e ambiental. No aspecto ambiental, o compartilhamento de infraestrutura ajuda a reduzir o impacto no meio ambiente. “O advento da rede neutra desestimula a construção de infraestrutura redundante, desde a fibra óptica que passa pelos postes, até os equipamentos dos data centers”, finaliza.
No aspecto social, acelera-se a expansão de cobertura de Internet em zonas rurais e periféricas, incluindo áreas de baixa renda, aumentando a capilaridade da rede e democratizando a banda larga. Para o diretor da MK Solutions, seja de maneira espontânea, por meio de regulação ou por incentivo governamental, o uso de redes neutras é uma alavanca importante para o fomento da inclusão digital no país.
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