É um desafio para operadoras, provedores de Internet e até mesmo fabricantes de equipamentos ter uma visibilidade completa dos elementos de rede GPON e do tráfego que passa por eles, em especial quando são usadas marcas diferentes de OLTs e ONUs, apesar da alegada interoperabilidade entre os produtos. Com a expansão das redes neutras, essa situação tende a se tornar cada vez mais comum. Mas o TraceSpan, solução desenvolvida pela israelense TraceSpan Communications, que acaba de chegar na Infinite IT Consulting, empresa de consultoria especializada em projetos e serviços de rede, de São Bernardo do Campo, SP, poderá facilitar o trabalho das empresas e profissionais que precisam realizar análise dos sistemas FTTx e assegurar a qualidade dos serviços.
“Somos a primeira empresa na América Latina a adquirir o equipamento. E no mundo somos a única da área de consultoria, uma vez que os principais usuários da fornecedora israelense são operadoras e fabricantes de chipset e de equipamentos”, diz Matheus Plastino (foto), CEO e fundador da Infinite IT Consulting. O equipamento foi instalado em abril e a Infinite IT já está atendendo pedidos do Brasil e do Equador. Há ainda diversas cotações em andamento.
Segundo o CEO, o TraceSpan é capaz de realizar uma inspeção profunda de redes FTTH de forma rápida e intuitiva, incluindo monitoramento de performance, protocolo, QoS, OMCI e todos os eventos PLOAM. Antes as análises até eram executadas pela consultoria, mas de forma manual, trabalhosa, um processo que levava no mínimo três meses. Hoje, em menos de uma semana os resultados ficam prontos. “Conseguimos monitorar, capturar e ‘debugar’ todos os pacotes binários ou hexadecimais e convertê-los para uma leitura alfanumérica, já de forma mapeada para o cliente”, afirma.
Entre os serviços contratados está a análise de QoS de cinco marcas de ONUs para um provedor que pretende escolher a que atenderá seus assinantes com planos de velocidades mais altas. A avaliação do TraceSpan norteará uma compra inicial de 60 mil ONUs. “Com o equipamento é possível ter uma visão profunda da performance de cada dispositivo. São quatro filas de QoS, mapeadas de forma detalhada”, afirma Plastino.
Na análise de compatibilidade entre equipamentos, o TraceSpan faz a verificação e entrega toda a “conversa” entre a OLT e a ONU. “A interoperabilidade atual entre fornecedores é muito básica, o que requer muitas configurações manuais na ONU na residência do assinante, aumentando o tempo de provisionamento e retrabalhos. Com o TraceSpan, o provedor pode ter a certeza da compatibilidade e controle da ONU de um terceiro na OLT, de forma remota”, diz.
Com avanço das redes neutras, cresce também a demanda de homologações de equipamentos para garantir a interoperabilidade. “Os grandes fabricantes contam com esse tipo de plataforma de análise em suas sedes, mas reservar a engenharia da matriz é complicado, além de envolver elevados custos e tempo”, afirma Plastino. Com o TraceSpan no Brasil, a Infinite realiza esse trabalho de engenharia para o fabricante, passando todas as informações quanto aos pacotes e interoperabilidade, de forma legível e padronizada. “Conseguimos efetuar filtros e abrir os pacotes. Os padrões podem ser transportados para o firmware do equipamento, facilitando bastante o trabalho da engenharia dos fabricantes”, finaliza.
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