O MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e a ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial lançaram um estudo inédito sobre o desenvolvimento de data centers no Brasil. O diagnóstico servirá de base para a elaboração de uma política nacional com o objetivo de ampliar a oferta interna e transformar o país num hub exportador desse tipo de serviço para os vizinhos da América do Sul.
O Brasil já é o principal mercado de data centers da América Latina, reunindo 17 provedores em 44 instalações. Os setores que mais demandam os serviços de armazenamento, de acordo com o diagnóstico, são os de alimentos e bebidas (13,7%), comércio varejista e agropecuária (ambos com 9,8%), veículos e peças (7,8%) e TI e telecom (5,9%).
Estima-se que o tráfego digital dê um grande salto com a disseminação de novas tecnologias, como Internet das coisas e inteligência artificial. No caso do Brasil, a retomada do crescimento econômico também deverá contribuir para a elevação do consumo de dados – daí a necessidade de se pensar em estratégias de ampliação do setor.
Nos últimos anos, houve expansão da banda larga móvel, levando ao surgimento de novos modelos digitais de negócio na saúde, na educação, nos meios de pagamento e em várias outras áreas.
“Nesse sentido”, diz o estudo, “a estratégia de atração de investimentos em data center no Brasil mostra-se uma ação alinhada aos desafios em curso para a transformação digital da economia”, dando ao Brasil maior segurança interna e mais competitividade no cenário internacional.
A realização do diagnóstico teve a parceria das empresas Frost&Sullivan e Prospectiva. Foram avaliados o cenário internacional, as condições de investimento e os custos específicos do setor, além de pontos como qualificação da mão de obra, regulação, harmonização de normas e outros fatores relativos à construção e manutenção de infraestrutura para data centers no Brasil. Para cada um dos tópicos, o documento propõe ao governo uma série de iniciativas.
“As ações sugeridas pelo estudo passarão agora por um processo de avaliação técnica e política, a fim de definir projetos e metas prioritários que vão nortear a política pública”, explica Laira Carneiro Curado, coordenadora geral de políticas para serviços do MDIC. “Nos próximos meses”, antecipa, “deveremos realizar alguns workshops para debater com mais profundidade alguns dos temas sugeridos no estudo”.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, destaca a importância da integração entre os atores governamentais e sociais para elaboração de estratégias na área. “O primeiro passo fundamental para que o governo federal atuasse de forma eficaz era entender o cenário. Agora, temos uma fotografia detalhada do nosso estágio atual. O esforço em prol da indústria de dados precisa acontecer em várias frentes. Algumas são de responsabilidade da ABDI, outras do MDIC, outras de demais órgãos do governo. É preciso alinhar todos esses atores para melhorarmos o cenário”.
Entre as orientações do estudo, estão: redução de custos de investimento e operação; elevação da segurança do fornecimento de energia e ampliar a oferta e o acesso à energia renovável; formação de mão de obra qualificada para data centers e de tecnologia em geral; elevação da segurança jurídica, acelerar investimentos e reduzir riscos; estímulo à demanda; e criação de um canal de comunicação dinâmico entre setor público e privado.
Com 406 páginas, o estudo Estratégia para a implementação de política pública para atração de data centers – 2023 pode ser baixado no link: bit.ly/3picicI.
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