A Petrobras contratou a Blue Marine Telecom para conectar 12 plataformas na Bacia de Campos a duas estações terminais no continente através de uma rede óptica submarina que soma quase 800 quilômetros de extensão, incluindo a linha tronco, as ramificações e os umbilicais de chegada a cada unidade. A malha de fibra visa ampliar a capacidade e segurança na transmissão de dados em tempo real nas atividades de produção de petróleo e gás offshore. Atualmente as comunicações são feitas via satélite ou rádio.
No valor aproximado de R$ 1,2 bilhão, o projeto será executado em regime turnkey, compreendendo a instalação de cabos e equipamentos ópticos submarinos, além de cabos terrestres e equipamentos de transmissão óptica (DWDM), a construção da estação terminal (landing stations) em Anchieta, ES, e a ampliação da estação de Barra do Furado, em Quissamã, RJ. O contrato foi assinado em junho, com previsão de conclusão das obras até meados de 2025 e possibilidade de expansão futura para mais 11 plataformas.
Atualmente, a Blue Marine Telecom já atua na implantação de uma malha óptica submarina semelhante para o mesmo cliente, com cerca de 1200 quilômetros, interligando 13 plataformas na região do pré-sal, na Bacia de Santos, e chegadas na Praia da Macumba, no Rio de Janeiro, e no Balneário do Maracanã, em Praia Grande, SP. As operações de instalação de cabos e estruturas submarinas estão hoje em andamento e devem ser finalizadas no início de 2024 – por alguns meses as duas execuções (em Santos e Campos) correrão paralelamente. “Trata-se de um dos maiores projetos de cabos ópticos submarinos para a indústria de óleo & gás do mundo”, diz o CEO da empresa, Rodrigo Magarotto.
Com 24 fibras, os cabos submarinos usados pela Blue Marine são produzidos pela chinesa HMN Technologies, com mais de 80 mil km de sistemas implantados globalmente. A Blue Marine conta também com um parceiro local, a MFX do Brasil, de Salvador, BA, empresa especializada no fornecimento de umbilicais. Os equipamentos de transmissão óptica (DWDM) são fornecidos pela Huawei.
O executivo lembra que um projeto de instalação submarina é extremamente complexo e envolve muitos estudos e cuidados para garantir a operação adequada dos cabos ao longo da sua vida útil, projetada para durar 25 anos. A rota precisa evitar falhas geológicas, zonas de pesca e ancoragem, suportar profundidade em água salgada de alta pressão e estar pronta para mudanças geológicas. Com um time altamente especializado de engenheiros, técnicos e tripulantes que chega a 200 pessoas no pico dos trabalhos, a Blue Marine tem a expertise para lançar os cabos em profundidades de até 2500 metros. Em lâminas d´água de até 1000 metros, os cabos são enterrados a 1 metro de profundidade no leito marinho para proteção sistêmica. Em alguns casos, são usados cabos com dupla ou tripla armação de aço. “A infraestrutura física é construída para ser extremamente resistente e durável, revestida com materiais resistentes à água salgada e protegidos por várias camadas de isolamento e blindagem para garantir a integridade dos dados”, diz.
A Blue Marine Telecom integra o Zmax Blueship Group, grupo brasileiro com logística de navegação integrada a soluções avançadas de engenharia voltadas especialmente para o setor de implantação e manutenção de sistemas ópticos e elétricos submarinos. Além da Petrobras, a empresa tem como cliente a Claro, para quem realiza manutenção dos cabos submarinos na costa brasileira.
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