A Intelbras e a chinesa FiberHome realizaram no dia 29 de novembro, em São Paulo, o evento oficial de lançamento do acordo de cooperação no país. A partir de 1° de janeiro de 2024, a marca brasileira passará a produzir e comercializar os equipamentos da empresa estrangeira. O foco principal é o mercado de provedores de Internet, com a oferta de soluções ópticas, mas o segmento corporativo também está entre os objetivos das fabricantes.
Inicialmente, as linhas alvo do negócio são os cabos ópticos, GPON e roteadores WiFi. “A FiberHome é uma referência global em tecnologia de comunicação, com produção anual de mais de 60 milhões de km de cabos e mais de 100 mil OLTs. Estamos unindo forças e experiências para oferecer um portfólio completo de alta tecnologia, além do compromisso com a qualidade no atendimento”, disse Altair Silvestri, CEO da Intelbras.
O primeiro produto a ser nacionalizado é o cabo drop, que será produzido na fábrica da Intelbras em Tubarão, SC. Inaugurada em 2022, a planta conta com capacidade instalada de 18 mil km/mês. Com a parceria, as empresas já consideram uma ampliação futura para fabricação de cabos de maior complexidade/multifibra.
A FiberHome está no Brasil desde 2011, com escritório em São Paulo, sempre atuando com produtos importados. “Fomos pioneiros em trazer a tecnologia GPON e nos tornamos líderes nesse mercado. Mas, para crescer ainda mais, era preciso investir em produção local”, disse Wilson Barbosa Netto, gerente de contas da FiberHome do Brasil. Segundo ele, a nacionalização deverá trazer benefícios como vantagens tributárias, facilidade logística, custo livre das oscilações do dólar e maior ganho de competitividade para os clientes.
Diversas opções de produção foram avaliadas pelos diretores chineses nos últimos anos, “mas a sinergia, o tamanho e a excelência da Intelbras foram decisivos para a escolha”, disse o gerente da FiberHome. O suporte técnico e a ampla rede de canais da empresa brasileira, com 126 distribuidores e mais de 80 mil revendas que atendem 98% do território nacional, também pesaram a seu favor.
A Intelbras, que conta com uma linha própria de ativos GPON, como OLTs e ONUs, vai incorporar o portfólio completo da FiberHome, que chegará ao mercado com as duas marcas estampadas. “Há muitos produtos que não temos em nosso portfólio e a parceria permitirá a ampliação da linha como um todo”, disse Henrique Fernandes (foto), diretor superintendente da área de negócios de comunicação da Intelbras. A união das companhias permitirá a ampliação do potencial de mercado (ativos + passivos ópticos) de R$ 1 bilhão para R$ 4 bilhões.
“O potencial de mercado de redes ópticas no Brasil é enorme”, disse Fernandes. Conforme dados de agosto de 2023 da Anatel, o país tem hoje 46,9 milhões de acessos de banda larga fixa, o que representa 70% dos domicílios brasileiros. Desse total, somente 32,8 milhões utilizam fibra óptica. Ou seja, quase 15 milhões ainda utilizam tecnologias antigas, como cabo coaxial e ADSL, que precisarão ser atualizadas. “Existe um gap para ativar mais de 20 milhões de domicílios, que traz muitas oportunidades de negócios”, afirmou.
De janeiro a agosto foram registradas 1,5 milhão de adições líquidas de assinantes na Internet, ou 187.500 ativações por mês. “Se considerarmos que para cada cliente são utilizados, em média, 100 metros de cabo drop, isso significa que só em ativações líquidas há necessidade de 19 mil km de cabo por mês”, disse Fernandes.
Além dessas ativações, há ainda a taxa de churn: todos os meses, 2% dos clientes trocam de operadora, o que resulta em 900 mil assinantes do total de 46,9 milhões no Brasil. A operadora, por sua vez, também troca o cabo drop ao fazer a instalação. Somando com as novas ativações, o mercado resulta em um potencial de 109 mil km por mês.
A linha de cabos ópticos da FiberHome se destinam a aplicações de ponta a ponta: desde as redes aéreas (ASU até 12 fibras, AS 144 fibras e drop circular 5 mm), internas (drop convencional ou de baixo atrito), subterrâneas (para uso em dutos, diretamente enterrados e microcabos soprados), submarinas até as redes OPGW.
Ao longo de 2024, o roadmap inclui o lançamento de roteadores (WiFi 6 e 7) e produtos de conectividade, como conectores de campo, cordões ópticos, splitters, distribuidores, caixas e redes preconectorizadas. Posteriormente, soluções para interligação de data centers (DCI) e DWDM, soluções para data centers, data centers modulares e sistema de monitoramento inteligente integrado.
Com sede no Optical Valley em Wuhan, a FiberHome foi fundada em 1974. Com receita anual de US$ 11 bilhões, a companhia está presente em mais de 100 países, o que resulta em 38 mil colaboradores, incluindo uma equipe de pesquisa e desenvolvimento com 10 mil profissionais, sendo responsável por mais de 36 mil patentes internacionais.
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