A cidade de Porto Alegre, RS, decidiu utilizar a tecnologia como resposta aos desafios nos indicadores de segurança pública. As soluções estão sendo elaboradas em conjunto entre a prefeitura municipal da capital gaúcha, Brigada Militar e o hub de inovação Instituto Caldeira. Dada a dimensão e complexidade do local, enfrentar a violência urbana requer uma abordagem estratégica para aprimorar a utilização dos recursos e fortalecer a estrutura de segurança já existente. É nesse cenário que surge o Smart Shield, projeto de monitoramento que combina IA – Inteligência Artificial com o uso de câmeras públicas e privadas.
A iniciativa, resultado da entrada em março de 2023 do Smart Policing Lab, Centro de Inovação e Pesquisa da Brigada Militar, no Instituto Caldeira, realizou na fase inicial um cruzamento de informações por meio de ciência de dados para identificar os crimes mais comuns cometidos no 4º Distrito, onde o projeto está sendo testado. A área, próxima do aeroporto e dos acessos às cidades da região metropolitana, enfrenta desafios para combater crimes como roubos, furtos e homicídios.
“Buscamos agora fazer uma conexão entre a segurança pública e as startups para que se consiga, através dessas conexões, contratar soluções que sejam muito positivas, que resolvam de forma significativa os nossos problemas. E que o custo seja menor do que o que é pago atualmente. Ou que as soluções ao serem contratadas, pelo potencial de emprego e inovação, gerem uma melhor eficiência”, explica Roberto Donato, Tenente Coronel da Brigada Militar e um dos idealizadores do projeto.
Com base em elementos técnicos e científicos e com a contribuição do Fundo Amanhã e do Business Analytic Hub, as tecnologias mais adequadas estão sendo elencadas para reforçar a segurança na região.
“O Smart Shield é a materialização da capacidade de transformação que observamos quando há colaboração entre diferentes atores. Quando instalamos o Instituto Caldeira no 4º Distrito, imaginamos que poderíamos ter ali um Distrito de Inovação. E um Distrito de Inovação requer colaboração entre empresas privadas, poder público e diferentes atores que querem de alguma forma contribuir para o desenvolvimento de alguma região”, afirma Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira.
Antes da implementação dessa tecnologia uma patrulha em Porto Alegre levava até 27 dias para atender todas as vítimas de violência de determinada região. Com a mudança, esse prazo foi reduzido para apenas três dias. Como próximo passo da iniciativa, há a ambição de desenvolver um software que possa ser compatível para utilização da Brigada Militar em todo o Estado em rotinas de fiscalização e de atividades operacionais preventivas, como as realizadas em escolas e na área rural.
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