A colaboração entre o meio acadêmico e o mercado é fundamental para o desenvolvimento de inovações e qualificação profissional mais alinhada às demandas do futuro. Pensando nisso, a JumpCorp, empresa brasileira de tecnologia AIoT para monitoramento e controle de negócios, e o Mescla, hub de inovação da PUC de Campinas, SP, acabam de inaugurar o A-IoT Lab Brasil, uma iniciativa inédita no país que busca impulsionar o desenvolvimento de soluções de IoT - Internet das Coisas e AI - Inteligência Artificial de forma coordenada entre universidade e empresas.
O novo laboratório fica no Campus I da PUC-Campinas, junto ao Mescla, e conta com a parceria dos seguintes fabricantes, provedores de conectividade e conteúdo e entidades: American Tower, Constanta, Everynet, Khomp, Nokia, Qualcomm, Semtech, TIP Telecom, AWS Academy e ABINC - Associação Brasileira de Internet das Coisas. “Formamos uma rede de inovação que contempla grandes atores do segmento de IoT e IA. As companhias são referência em seus mercados e já posicionadas em determinadas fases do ecossistema”, disse José Luiz Pelosini (foto), CEO da JumpCorp e idealizador do projeto, durante o evento de inauguração, no dia 19 de fevereiro. Segundo ele, futuramente o programa poderá ser aberto a novas empresas e replicado em outras universidades, partindo para uma atuação nacional.
A implementação do A-IoT Lab Brasil não conta com aporte financeiro dos parceiros. No entanto, os projetos poderão captar recursos junto a diferentes programas de incentivo e subsídio à inovação e desenvolvimento tecnológico. “As empresas fornecem conteúdo, conhecimento, especialistas, experiência técnica e de negócio, além de equipamentos e conectividade”, disse. O laboratório está equipado com dispositivos e sensores de IoT e servidores físicos com GPU e na nuvem, além de uma plataforma Lora para que os dados possam ser coletados, tratados e processados.
A coordenação dos trabalhos é compartilhada com a universidade, que além de ceder a infraestrutura acadêmica, fornecerá o corpo técnico de professores e pesquisadores e alunos para suporte e treinamento, complementando a formação educacional dos futuros profissionais.
O programa dispõe de uma agenda conjunta que prevê trilhas de capacitação e projetos de pesquisa e desenvolvimento a partir de demandas reais do mercado. “Os novos negócios estão sendo gerados dentro da universidade. Esperamos apoiar as empresas que estão nascendo com as tecnologias de IoT e AI”, disse o Reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior.
Os setores de saúde, agronegócio, cidades inteligentes e meio ambiente serão os pilares principais do laboratório. “Estamos utilizando nossa rede de relacionamento em IA e IoT com o objetivo de gerar know-how e demanda tecnológica para ser multiplicado pelos programas e dinâmicas do Mescla”, destacou Pelosini. O programa Mescla foi criado em 2020 com o objetivo de fomentar o empreendedorismo e o pensamento inovador, reunindo laboratórios, equipamentos e profissionais que podem ajudar no processo de transformação de uma ideia em uma empresa.
Segundo o Secretário Nacional de Telecomunicações, Hermano Barros Tercius, a IA chegou ao grande público com soluções da IA generativa, como Chat GPT, com impacto revolucionário na economia global. O crescimento global do setor é estimado em US$ 3 trilhões a US$ 7 trilhões ao ano. “É uma oportunidade ímpar para o Brasil investir na IA aplicada à automação, não apenas na IA generativa, como também suas modalidades mais tradicionais, como motores de inferência, redes neurais e aprendizado de máquinas”, afirmou.
Segundo ele, o potencial das tecnologias é transformador e de grande relevância para o desenvolvimento do país. “A combinação das tecnologias de IoT e IA tem a capacidade de criar soluções mais disruptivas. A IA capacita os dispositivos de IoT a tomarem decisões mais rápidas com base em grandes volumes de dados, em tempo real, fornecendo insights valiosos e análise preditiva e podendo antecipar necessidades, perpetuar padrões e otimizar operações”, afirmou. Nesse cenário, com a crescente demanda de dados em alta qualidade e em quantidade, as redes de telecomunicações têm um papel ainda mais importante. “Somos guardiões desses dados, responsáveis por armazenar e transmitir com eficiência. Nossa infraestrutura de telecom é a espinha dorsal que sustenta o crescimento exponencial das novas tecnologias”, disse o secretário.
A isenção de taxas de desoneração de instalação dos dispositivos M2M – máquina a máquina, prevista para acabar no final de 2025, poderá ser prorrogada. “Já estamos avaliando a possibilidade”, afirmou.
Para Hamilton Mattias, diretor de produtos da Qualcomm, a empresa sempre teve uma relação muito forte com as universidades. “Disponibilizamos profissionais para workshops, reuniões e incentivo a novos projetos”, disse. A companhia, especializada em desenvolvimento de semicondutores, software e serviços relacionados à tecnologia sem fio, também fornece kits de desenvolvimento, ferramentas para área de IA e processadores para IoT para formação de mão de obra e aplicação do que foi desenvolvido no laboratório em soluções práticas.
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